sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O que meu pai me ensina

É ele que me ensina a seguir em frente. E desde cedo. Um dia eu estava voltando de uma clínica com ele. Tinha feito um exame em que eu precisava beber muita água antes. Voltei apertadíssima. Parecia que eu não ia aguentar o percurso todo até nossa casa. Em meio aos meus resmungos e reclamações, sabe o que ele me ensinou?

- É isso mesmo, filha! Na vida, nós passamos por algumas privações. Saiba lidar com elas. Não são só flores não!

Nunca esqueci disso. A recordação veio à tona, quando hoje de manhã fui encontrar com ele na cozinha pra tomar café. Desejei bom dia e ele logo se levantou, se ausentou por alguns segundos e voltou me entregando esse envelopinho:




A arte da guerra pela vida é mais simples com ele ao meu lado. Luto por mim, luto por ele, por minha mãe, por meu irmão, por meus amigos.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Elas me matam de curiosidade.



Tem gente que leva meses, talvez anos, pra terminar de ler um livro. 

Pessoas curiosas com os significados de palavras que nunca leram antes. Haja vocabulário!

Ainda bem que tem aplicativo de dicionário. Já agiliza demais o processo.

Tô ficando esperta 

Ignorando o destino mais óbvio

( Lendo "Contos de amor, de loucura e de morte" - Horácio Quiroga)


Quando eu tô começando a ter empatia por uma personagem, o escritor deixa ela à beira da morte. ¬¬'

Se bem que o título da obra já deu a dica: "Contos de amor, de loucura e de morte". 

Mas parece que eu quis ignorar a última palavra. A gente tem isso de fechar os olhos pra certeza da morte, embora seja nosso destino mais óbvio.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Infestação de clima natalino

Aí, você chega em casa e vê que ela tá infestada de Papai Noel. 

Só não me pergunte o porquê do porquinho ali!  

Coisas de minha mãe (!)





domingo, 15 de dezembro de 2013

Menina afobada

Típico diálogo entre pai, mãe e filhos:

- Ué! Já vai sair de novo?
- Vou, sim, ver os amigos!
- Aff, parece que tem pressa de viver, essa menina!

Pressa. Será?

E se dizem que a vida passa rápido, pegamos carona com ela na mesma velocidade?

domingo, 8 de dezembro de 2013

Inspirada em "Por isso uma força me leva a cantar"

Cantar é despejar sentimento da boca pra fora, da boca pra dentro. 


Por isso, eu canto. Por isso, você canta.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Sinvas Taxista

Esses taxistas de Fortaleza são umas figuras. Eu e mais um casal de amigos escolhemos justo o táxi do taxista mais sem noção da cidade. 


Ele ia falando ao celular com uma tal de Meire. Depois uma tal de Cláudia. Depois, enfim. Não sabíamos se ele falava com a gente, ou com a Meire, ou com a Cláudia, ou com outra Sicrana, sei lá. E ainda me reclama por estarmos ouvindo e rindo das conversas dele. 

Fui contar que já escrevi sobre o trocador de sorrisos da 03 (Se quiser ler, aqui oh: http://tresparedes.blogspot.com.br/2013/04/o-trocador-de-sorrisos-da-03.html), aí ele parou de brincadeira e começou a filosofar. Algo sobre deixar as coisas boas fluírem em nossas vidas. Também algo sobre "tive que deixar os estudos. Se não, não estaria aqui"



Quando cheguei ao meu destino, o taxista mostrou na mão um leque de cartões de visita. Disse que cada um tinha uma frase diferente, que eu podia escolher um deles. Não me deixou descer do carro, sem antes ler o cartão que puxei: 



"Se eu tivesse 

estudado 
Eu não estaria 
aqui" 


Ele não teve tempo ou não quis contar sua história real. Lançou apenas mistérios: "Você acredita se eu disser que já fui radialista famoso?" E saiu citando um monte de outras profissões. 



Eu disse que acreditava. 


domingo, 1 de dezembro de 2013

Abajur sem luz


Pobrezinho do labrador da família Pacheco. Faz tempo que usa esses cones na cabeça, para não lamber a pomada que minha mãe aplica em suas patinhas feridas. 

Tadinho dele, e meu pai, uma figura, chamando-o de "Abajur sem luz". Humor negro. 
Meu pai não existe. Puxei a ele.



A minha cor preferida

Eu nunca tive preferência por uma cor só. Agora eu tenho. Eu mudei. Desde quando esbarrei com o menininho de Floripa que achou que eu estava vestindo um tapete verde. As crianças, as pessoas em geral me mudam.

Agora, sim. Tenho minha cor preferida. É verde. Eu sou verde, visto verde, eu me alimento de verde. Meu sorriso ficou verde. O passarinho que me conta as coisas também é verde. A trajetória do voo dele é verde.

Comprei um colar com uma pedrinha verde. Eu me sinto bem ao escolher uma roupa verde para sair por aí, ou para vestir em casa mesmo.

O menininho verde me marcou de verde. Então, eu só quero verde para ficar lembrando dele.

Irei às compras para pendurar mais "tapetes" verdes em minhas cruzetas.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Pernas para que te quero.

Eu escrevi aqui uma vez um "quem sabe eu conte mais" sobre minhas "pérolas", gafes, qualquer nome que você queira dar para quem paga mico sem medo de ser feliz. Então, aqui vai mais uma pérola. Uma que se repetiu por duas vezes.

Antes de qualquer coisa, vale lembrar do meu trauma com ladrão em cima de bike e, principalmente, largando a bike pra vir ao meu encontro. O trauma é mais forte do que eu. Inclusive, já relatei aqui a origem desse medo todo: "Da primeira vez em que fui assaltada"=> http://tresparedes.blogspot.com.br/2012/03/da-primeira-vez-em-que-fui-assaltada.html

Mas, tudo bem; dizem que a gente supera. E eu nunca superei. De qualquer forma, tudo bem. Sou uma mulher de sorte. E se não existir sorte, vai que existe anjo da guarda mesmo? Agora, chega de detalhes e vamos ao que interessa, ou melhor, ao que faz eu me sentir a rainha dos micos.

Estava eu desfilando na rua que desce pra minha casa, quando dois rapazes vêm pedalando na minha direção. Eles me olham de forma estranha, e eu, a pessoa mais desconfiada de todos os tempos com ciclistas, desde o primeiro e único assalto, olho de volta fazendo carão de "não tenho medo", "sou mais esperta que vocês". Mentira! Isso enquanto preparava as pernas para dar meia volta e correr até onde minha energia me levasse. Qualquer sinal de aproximação dos carinhas, a adrenalina me levaria sei lá pra onde, ou, como da primeira vez, para canto nenhum. Apenas plantadinha como bananeira, pedindo favores ao ladrão e rindo na cara dele.

Mas acontece que, muitas vezes, a gente se engana com as aparências, com os sinais que as pessoas nos dão. Os rapazes nas bikes me amedrontaram, a princípio, sem notarem minha aflição. Foi só eu interpretar errado a empolgação deles ao pedalarem, que meu corpo tentou executar um plano que minha cabeça abortara: o de sair correndo em velocidade máxima. O importante seria fugir da situação, nem que isso levasse minha vida junto. Que horror! Mas é essa a sensação mesmo. Vontade de sumir daquele trechinho perigoso do universo e nunca mais escolhê-lo como caminho para chegar até sua casa.

Então, os carinhas de bike me colocaram medo. Na verdade, eu que projetei o meu medo neles. Bem, eles repararam na minha iminente meia volta (volta nunca mais) e desataram a rir. Primeiro, só um percebeu e riu. Cochichou para o outro, que também começou a rir. Foram embora rindo da ridícula medrosa aqui. Enfim, mico diante de carinhas de bike nº1. 

Vamos ao nº 2, que não necessariamente é numa bike.

Era moto. Dois caras. Um guiando e o outro na garupa. Estão vindo na minha direção. De repente, a moto para no meio da rua, próxima a mim. O cara, que estava na garupa, desce, mas não para me abordar. E sim para pegar o boné dele que havia caído no asfalto. Já era! Eu já tinha feito minha famosa intenção de meia volta para sair correndo, como quem corre numa maratona. Claro que eles morreram de rir. Olhando pra trás e rindo de mim. Oh, céus! Quando me livrarei desse trauma? Medo de gente suspeita dessa cidade me abala.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

O nosso menino do castelo de areia-bolo, agora fazendo arte na Arte ;)



A praia foi uma sala de aula despojada. Enquanto conversávamos "papo-cabeça" de gente que só quer ser grande mas não é, o nosso pequeno professor, inquieto, tentava construir o seu castelinho de areia. Um só castelo, não. Vários.

Ao alcance de suas minúsculas mãozinhas estavam suas ferramentas (de brinquedo, claro):  o balde, a pá, uma espécie de peneira de areia e outros que não consigo detalhar agora porque me perdi no sorriso puro do pequeno professor.

Há uma maleta de plástico para guardar todas essas ferramentas, da qual o pequeno não tira o olho, se você gentilmente se oferecer para carregá-la. O menino, esperto que só ele, sabe tomar de conta de sua preciosidade. Inclina de leve a cabeça pro lado, na direção onde está sua mão que leva os brinquedos. Vai que você, adulto cabeça de vento, larga em algum canto, né. Ele mantém sua vigília firme e forte até escolhermos uma barraca e uma mesa.

Daí começa a atuar a engenharia do pequeno na minha mente que agora, mais do que nunca, vê metáfora em qualquer coisa ao redor.

Primeiro, ele tenta construir o Castelo num canto nada óbvio: a mesa que estávamos usando. A amiga mãe só podia alertá-lo que ali não era o “chão” ideal pra esse tipo de construção. Teria que ser na própria areia da praia.

Ele resolveu aceitar a orientação sensata da mãe e sentou onde as ondas do mar ainda não tocaram. Ficou ali sem saber por onde começar. Pediu ajuda da mãe. Sem cerimônias, a mãe afunda as mãos na areia e vai formando a montanhazinha. Ele observa e imita.

Nosso professor olha pra gente com cara de sapeca e simplesmente se joga no castelinho que acabou de fazer. Pula, se joga de barriga em cima do que era para ser um castelo de areia e que passou a ser chamado por ele de bolo de aniversário. Colocou um galho no ápice do monte fazendo de conta que era uma velinha. Até parabéns ele cantou. Depois da celebração, destruiu tudo movido por uma gargalhada que há muito tempo eu não ouvia de uma criança.

Ouve a gente se lamentar “Mas, ah, você desfez o castelo, o bolo! Agora vai ter que fazer tudo de novo” Ele responde com risada e nenhuma ruga de preocupação na testa. Imediatamente, se propõe a reconstruir o “bolo” e pensa alto, olhando pra mim: “Eu não consigo” E eu digo rápido, como alguém que já tem mais experiência de vida: “Claro que consegue! Faz de novo!”


E ele fez e refez, fez e refez o castelo de areia, ou melhor, o bolo, com graça e espontaneidade. E é assim que nós, gente grande, devemos fazer também com nossos sonhos. Se não foi dessa vez, tenta outra vez. Um dia o castelo de areia ganha consistência o suficiente para nós não o julgarmos tão imperfeito a ponto de acharmos melhor construir outro. No máximo, apenas algumas reformas.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

"Sozinha"

Escritores ou metidos a escritores se divertem saindo sozinhos. 

Sozinhos entre aspas, porque olhamos apaixonados para todos ao redor, como se fossem nossos personagens preferidos. 

Todos protagonistas pra gente. 

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Quando a gente se acha no mapa-múndi.

Assim que a porta, - o acesso ao abrigo da ilusão do amor pra sempre-, se fechou pra mim, por pouco quebrando meu nariz, quebrando minha cara inteira, fui buscar no google o mapa-múndi. Escolhi o mais inteiro e colorido. Eu quis imprimir. Configurei o formato para papel A3.

Fui buscar a impressão com expectativa no andar, como quem vai pegar um documento importante. Analisei-o rapidamente para que ninguém me visse fazendo aquilo. Dobrei o papel ao meio e guardei na minha mochila. Foi uma relação sigilosa do meu eu com o mapa-múndi. Foi, né, porque agora eu estou revelando. E pensar que dias atrás eu estava perdida, pisando em ovos no breu de uma direção qualquer.

Ao olhar o mapa, não me assustei com sua imensidão. Pelo contrário, estava me sentindo acolhida por ele. Mais parecia que tinha sido feito pra mim também, como pra todo mundo desse mundo.

Eu poderia me jogar no meu mapa-múndi, como quem se atira numa rede não só pela preguiça, mas também para encará-la como um parque de diversão, assim como as crianças fazem com a novidade ao redor delas.

Meu mapa-múndi se transformou num avião. O portão de embarque não se fecha pra mim. Não é aquela porta que quis quebrar a minha cara.

Já imprimiu o seu mapa-múndi? O mundo está aí. É gigante e doido para apresentar novas dimensões pra gente. E haja novas possibilidades!

sábado, 16 de novembro de 2013

A menina de verde de novo

E aí que eu fui conhecer Florianópolis e voltei com muitas histórias pra contar, mas uma delas eu guardei com muito carinho na memória. E me pego rindo sozinha às vezes. Como é digna de compartilhar, vamos compartilhar pensamentos e risadas.

Pegamos um ônibus, após muito tempo de espera, para conhecer as praias do Sul de Floripa. Ou eram do Norte? Dar ouvidos a mais de um nativo pode ser muito confuso. Um dizia que era melhor conhecermos as praias do Norte, já outro, não, "Sul, conheçam as do Sul". Ok, por via das dúvidas, conhecemos as duas. Um dia para cada. Bem, mas isso não importa agora.

O melhor da história aconteceu dentro do ônibus, que estava lotado, mas que eu tinha garantido meu assento. Até subir uma moça meio jovem, meio adulta de mãos dadas com seu filhinho (ai, não consigo chutar a idade dele, mas o que importa idade, né).

De supetão, pulei do assento e falei:

- Moça, sente aqui

O menininho me olhou com estranhamento ao ouvir eu chamar "Moça" e afirmou com propriedade:

- Ela é minha Mãe!

Eu tentei ficar na minha, mas pensei alto:

- Olha, que lindo. Todo orgulhoso dizendo que você é a Mãe dele.

Ela me olha, coberta de felicidade, e se prepara para acomodar o filho no colo. Antes de sentar, ele me analisa rápido, olha de volta pra mãe e, curioso, pergunta:

"- Mãe, por que ela tá vestida de tapete?"

(Eu tava assim):



Como eu poderia reagir, né. Ri e respondi rápido:

- Não, não. É toalha de mesa! (O que o deixou ainda mais confuso)

Mas a Mãe , morrendo de rir, cuidou de explicar melhor para o filho, já que eu não estava ajudando. Explicou que era roupa em crochê. "Lembra, filho? Mamãe já fez crochê"

Depois de rirmos horrores, a viagem foi só amor entre Mãe e filho. Conversavam de igual pra igual, como bons e velhos amigos, e eu achando isso lindo sem tirar os ouvidos e os olhos deles. Até que chegou a hora deles descerem. Não sei por que, o menininho ficou zangado com a Mãe. Não queria descer. Queria ficar por ali mesmo curtindo a viagem de busão. A mãe soube argumentar com a chantagem de que, se ele ficasse ali, não iria à praia. E eles se foram, levando meu brilho nos olhos junto.

Eu e minha turma descemos na parada seguinte. Curtimos uma praia diferente. Sol e vento frio arrepiando a pele. Um mar onde eu só consegui mergulhar os pés (de tão gelado que é). Retornei do meu clássico momento reflexivo de contemplação do mar com duas pedrinhas de gelo no lugar dos pés.

Passamos ainda um tempão "explorando" o novo território, embora sentindo um frio de rachar qualquer cearense. Nós, por exemplo. Mas tinha chegado a hora de partirmos dali, porque a noite de dança e diversão seria longa.

Retornamos para a parada de ônibus. Adivinha quem me encontra? O menininho passa na minha frente e fala com certo exagero:

"- Você de-no-vo, menina de verde?"

Eu caio na risada de-no-vo! Respondo em seguida:

- É sim, eu tô te seguindo. Te perseguindo!

Mas, aí, ele sumiu de novo. Quando chego no terminal, uma das amigas me fala que se esbarrou com ele por lá. E olha só, o menininho sentiu minha falta, investigando assim:

"- Cadê a menina de verde?"

Sim, a menina de verde aqui persegue crianças espertas e fofas pra ter histórias coloridas pra contar. =)

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Espalhando a alegria do samba.

Descobri que tenho paciência para compras em shopping, ouvindo e cantando Samba com fone conectado em apenas uma orelha. O outro ouvido fica encarregado de escutar a minha voz. 

As pessoas reparam em quem canta. Contagiamos os outros com tons e naturalidade.

domingo, 3 de novembro de 2013

O que aprendi com o menino dos castelinhos de areia - bolo.

A praia foi uma sala de aula despojada. Enquanto conversávamos "papo-cabeça" de gente que só quer ser grande mas não é, o nosso pequeno professor, inquieto, tentava construir o seu castelinho de areia. Um só castelo, não. Vários.

Ao alcance de suas minúsculas mãozinhas estavam suas ferramentas (de brinquedo, claro):  o balde, a pá, uma espécie de peneira de areia e outros que não consigo detalhar agora porque me perdi no sorriso puro do pequeno professor.

Há uma maleta de plástico para guardar todas essas ferramentas, da qual o pequeno não tira o olho, se você gentilmente se oferecer para carregá-la. O menino, esperto que só ele, sabe tomar de conta de sua preciosidade. Inclina de leve a cabeça pro lado, na direção onde está sua mão que leva os brinquedos. Vai que você, adulto cabeça de vento, larga em algum canto, né. Ele mantém sua vigília firme e forte até escolhermos uma barraca e uma mesa.

Daí começa a atuar a engenharia do pequeno na minha mente que agora, mais do que nunca, vê metáfora em qualquer coisa ao redor.

Primeiro, ele tenta construir o Castelo num canto nada óbvio: a mesa que estávamos usando. A amiga mãe só podia alertá-lo que ali não era o “chão” ideal pra esse tipo de construção. Teria que ser na própria areia da praia.

Ele resolveu aceitar a orientação sensata da mãe e sentou onde as ondas do mar ainda não tocaram. Ficou ali sem saber por onde começar. Pediu ajuda da mãe. Sem cerimônias, a mãe afunda as mãos na areia e vai formando a montanhazinha. Ele observa e imita.

Nosso professor olha pra gente com cara de sapeca e simplesmente se joga no castelinho que acabou de fazer. Pula, se joga de barriga em cima do que era para ser um castelo de areia e que passou a ser chamado por ele de bolo de aniversário. Colocou um galho no ápice do monte fazendo de conta que era uma velinha. Até parabéns ele cantou. Depois da celebração, destruiu tudo movido por uma gargalhada que há muito tempo eu não ouvia de uma criança.

Ouve a gente se lamentar “Mas, ah, você desfez o castelo, o bolo! Agora vai ter que fazer tudo de novo” Ele responde com risada e nenhuma ruga de preocupação na testa. Imediatamente, se propõe a reconstruir o “bolo” e pensa alto, olhando pra mim: “Eu não consigo” E eu digo rápido, como alguém que já tem mais experiência de vida: “Claro que consegue! Faz de novo!”


E ele fez e refez, fez e refez o castelo de areia, ou melhor, o bolo, com graça e espontaneidade. E é assim que nós, gente grande, devemos fazer também com nossos sonhos. Se não foi dessa vez, tenta outra vez. Um dia o castelo de areia ganha consistência o suficiente para nós não o julgarmos tão imperfeito a ponto de acharmos melhor construir outro. No máximo, apenas algumas reformas.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Que coisa mais linda, mais cheia de graça.

Identificar, reconhecer e cuidar bem de seus talentos é a graça de ser você.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Converse com estranhos

Se a gente fosse seguir o conselho de não falar com estranhos por aí, deixaria de ouvir cada história. 

A troca com o outro enriquece a pessoa bonita que há na gente. 

A gente se descobre bonito.

domingo, 27 de outubro de 2013

A noiva de buquê perfumado.

Manjericão para uma manhã de domingo perfumada. 




Para fazer uma receitinha, eu caminhando com o manjericão na mão, feito uma noiva levando seu buquê.

Para passar o manjericão no caixa do supermercado, aguardar a atendente ficar intrigada e me perguntar que planta é essa (só quem ama o identifica de longe, pelo cheiro, pelos formatos, pela textura)

Para meu conhecimento e satisfação, saber que não preciso mais pagar por ele. (Minha mãe informando que tem manjericão plantado em nosso jardim).

Para o exercício de puxar folha por folha para lavá-las, a paciência e a serenidade.

Para uma manhã de domingo deliciosa, patê de manjericão!

Para aquecer a alma numa noite de domingo, sopa de manjericão!

Para fazer um bem danado ao coração, recomendo, Manjericão.

Estou decidida, subirei ao altar com o pé de Manjericão da minha vida!

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O que não mata fortalece

E eu que jurava que morreria por falta de amor, agora tenho o amor de todo mundo.

(Sim, tô me achando!)

( Já me presentearam com chocolate de soja, patê de azeitona, patê de manjericão, batatas assadas com ervas finas e pimenta, livro de crônicas com direito à dedicatória que emociona, SMS de "tamo junto", palavras bonitas, elogios até, sobre minha vontade de viver.)

( Valeu, gente amiga!)

Filosofando na Academia da Vida


- Engraçado, a vida é que nem musculação. Você tem que aumentar a carga pra conseguir desenvolver o músculo...E nada de ficar se iludindo, dizendo pra si mesmo que vai suportar mais peso só depois! Perca o medo, a timidez, o que for, e trate de levantar essa carga de vez!

Filosofar, questionar, até que faz bem!

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Esta minha outra.

Depois do "choque" da realidade, agora ando marcando encontros com uma tal de "Elaine sem ele". Ela é estranha, mas ainda assim é Elaine. Uma Elaine que tenta incluir no seu vocabulário esta palavra que a indicaram:


re·si·li·ên·ci·a

(inglês resilience)
substantivo feminino
1. [Física]  Propriedade de um corpo de recuperar a sua forma original após sofrer choque ou deformação.
2. [Figurado]  Capacidade de superar, de recuperar de adversidades.


Mas essa Elaine aqui não volta à forma original não. Impossível. Relacionar-se com alguém nos modifica pro resto da vida, principalmente se tivermos mergulhado de cabeça no universo do outro. E mesmo que depois você tenha resolvido boiar um pouco pra recuperar o ar. Afinal, sua individualidade precisa de oxigênio. Talvez o outro interprete mal ou você mesmo se entenda mal e ache que isso é egoísmo. Mas às vezes nem é. Depende. Tem que olhar o nível de profundidade.

A "Elaine sem ele" desceu da topic no meio do caminho de casa e foi ao shopping ontem à noite. Foi sem planejar o que fazer. Foi disposta a se surpreender consigo mesma. Quer enxergar coisas que nunca viu antes. Ela caminha com as mãos livres e depois de mãos dadas com as dela mesma, e logo logo solta as mãos de novo, pra em seguida se dar as mãos outra vez. Quer dizer, uma confusão só. Uma crise de identidade feita com as próprias mãos. 

A Elaine que nunca se importou de andar com molambos, virou hoje "Elaine sem ele" comprando roupa nova. Seu reflexo surgiu no provador da loja ainda um tanto apagado, mas com sincera intenção de ser propriamente um reflexo à medida que o tempo for passando.

A Elaine disforme olha bem pro espelho e resolve tentar mudar o lado em que o cabelo é partido. Joga os fios lisos para trás e tenta dividí-los ao meio no centro do couro cabeludo. Mas as madeixas ficam tumultuosas por enquanto.

O cabelo parece feio, sem jeito e desengonçado. Não sabe aonde vai, o que quer, muito menos de que cor é. Tiraram cada fio de cabelo da rotina. Esses demoram a se habituar com o novo penteado. Desconfio que, a partir de agora, eles tenham medo de cair no mau costume para não se rebelarem tanto, caso haja uma próxima vez.

Seu peso, posso segurar?


Eu vinha em pé e pensativa na topic. A senhorinha, com cara de vó que quer cuidar, me olhou com olhar meigo e pediu a minha maior bolsa de todas. Disse que estava pesada e a colocou em seu colo. Reparou na minha bolsa menor e perguntou se também estava pesada. Aí eu disse não, que essa dava pra aguentar. 

Passa um tempinho e, um assento fica livre. Eu não percebo. Se percebi, não me importei. A mesma senhorinha sorriu pra mim de novo. Dessa vez, apontando pra cadeira, apontando o caminho. Pediu pra eu sentar. Tirei meu peso do seu colo, agradecendo muito, e sentei. 

Ela pareceu relaxar depois disso. Eu não precisava bancar a forte, carregando peso sozinha e ainda mais em pé.

sábado, 12 de outubro de 2013

Uma noite de fossa à altura

Tá bom! Já que eu faço piada de quase tudo mesmo, até da minha tristeza e/ou pena de mim mesma, aqui vai uma. Quem sabe escrever aqui me ajude no processo de reconstrução como pessoa - que em breve estará madura para encarar, com força na peruca, este novo ciclo que se inicia -.

Eis a piada, coincidência, destino (?):

Voltando pra casa sexta à noite, aliviada por poder "curtir" minha primeira semana de fossa sentimental sem ter que ficar ouvindo de novo que "Isso passa", desci da topic com a tarefa de ir ao supermercado do shopping lotado que tem no caminho pra minha casa.

Eu tinha que comprar só uma plantinha de manjericão para um almoço hoje na casa de uma amiga, que convidou também suas amigas que não conheço, o que eu achei ótimo, pois me fizeram rir horrores de histórias malucas sobre infelizes cantadas das quais foram alvo. Mas, voltando aqui. Então, era só comprar o manjericão e ainda uma vaga ideia de adquirir algo mais que pudesse me proporcionar uma fossa à altura de primeira sexta à noite a sós comigo mesma.

Fiz as tais comprinhas com satisfação de estar ali com fones de ouvido, cantando e chorando junto com o Paulinho Moska. Fui escolhendo as coisinhas pra comemorar minha melancólica solidão: primeiro o vinho tinto suave pelo qual, fazia tempo, tinha perdido o interesse, depois o manjericão, o espinafre que não cozinhava faz tempo, por último, um saquinho de pistaches que nunca havia experimentado antes. Paguei o senhor do caixa e fui percorrendo, até a saída, o primeiro andar do shopping, que, perdoem o termo, estava fedendo à bosta naquela noite.

Portanto, fico feliz de imaginar que até a administração do Shopping cuidou de me proporcionar uma bela e fétida noite de fossa. Espero que eles já tenham consertado isso. Vi uma porção de clientes tapando o nariz, coitados, sentindo o mau cheiro da minha fossa.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Me vê um "Dorcorex", por favor!

Bem que podiam lançar um "Dorcorex" da família do Dorflex, que agisse diretamente na causa da dor sentimental do coração.

Carrinho de mão para os caquinhos do meu coração.

Muita gente amiga me ajudando a carregar o carrinho de mão
pra juntar os caquinhos do meu coração.

E, na tristeza, vi florescer "eu te amo" de pessoas especiais e próximas que ainda não haviam declarado isso antes pra mim.

Boba como sou, ouvi e achei que tinha ouvido errado. Perguntei " Como é?" Então a amiga repetiu, só que em outras palavras: "Gosto muito de você".

Mas ontem mesmo tirei a dúvida com ela: "Foi impressão minha, ou você disse naquela hora que me ama?" Ela confirmou positivamente, explicando que algumas pessoas não entendem. Por isso depois usou o verbo gostar.

O verbo amar é realmente muito forte de sentir, de falar e, principalmente, de ouvir. Vou deixar de ouvir ele da pessoa que eu jurava que era pra vida inteira.

Mas, tudo bem; vamos continuar a juntar os milhões de caquinhos dessa coisa apertada que ocupou o lugar do coração no meu peito.

Aos amigos, minha eterna gratidão pela força colocada no carrinho de mão que ando carregando agora.


domingo, 6 de outubro de 2013

Pai é bicho coruja mesmo.

Eu nunca comentei aqui sobre isto que vou escrever agora, mas ainda tá valendo. Afinal, também nunca é tarde para externar sentimentos bonitos há muito tempo guardados a sete chaves dentro da gente.

Uma das coisas que me tornam um alguém satisfeito e feliz por estar neste mundo, nesta vida, é ver meus pais orgulhosos de mim. Se eles sentem orgulho de mim, eles estão felizes. Se eles estão felizes, eu estou feliz. Eu já sabia dessa lógica toda. Desse efeito dominó da felicidade. Mas eu não sabia tanto até semana passada.

Mas por que, afinal, eles sentem orgulho?

Só porque cheguei em casa com empolgação emanando de toda parte de mim. Contei que tinha criado uma "musiquinha" para incentivar a equipe Comercial do jornal onde trabalho. Disse pra eles "musiquinha", porque se eu falasse "jingle", não entenderiam de jeito nenhum meu linguajar publicitário.

Então eu falei que tinha criado letra e melodia, mas que tinha contado com a ajuda de mais cinco pessoas para concretizar a ideia e executá-la de forma divertida.

Contei com o senso de humor, aliás, super bom humor das minhas duas parceiras de trabalho de cada dia. Meio receosa, pensando se elas aprovariam ou não a compositora e cantora amadora que sou, cantarolei a cançãozinha simples. E elas foram logo tratando de deixar aquilo menos sério. Formaram juntas um coro de segunda voz, inverteram palavras, inventaram diálogos no fim.

E a gente ali, pegando só um tempinho, do tempo corrido que é, para fazer algo que não estava nem nunca esteve listado na pauta de afazeres da semana. Não era nosso dever sair inventando musiquinha para incentivar vendas, mas muitas vezes é preciso sair do comum. Surpreender quem está ao nosso redor é saudável para os dois lados. Quebra rotina. Estimula. Arranca risadas. Ouve "Parabéns". Colhe reconhecimento.

E foi assim, - contando com o empurrãozinho das parceiras de trabalho, do cara gente fina no estúdio da rádio, da colega que nos levou até ele, do jornalista que toca violão, da minha coragem de soltar a voz novamente -, que vimos várias pessoas sorrindo, olhando pra letra e cantando junto.

Relatei tudo isso pro meu pai. Contei também que o chefe foi até minha mesa só para dar os parabéns e dizer que se surpreendeu. Meu pai ouviu essa última parte lançando pra mim olhar de admiração, típico de pai coruja, e me elogiou antes mesmo de ouvir a tal musiquinha. Quando finalmente ouviu, opinou dizendo que ficou muito bom. E agora já me julga capaz de propor uma nova musiquinha para a "Casa Pio", pois diz que já não aguenta mais o "Pá-pé-Pio, Pá-pé-Pio, vamos pra Casa Pio, vamos pra Casa Pio".

Pai é bicho coruja mesmo.

sábado, 5 de outubro de 2013

Seja Mais para o Atendente de Caixa

Toda vez que a gente, cliente, se dirige ao caixa do Pão de Açúcar tem essa perguntinha:

- Cliente Mais?

Eu nem sinto falta da formalidade repetitiva e forçada do “Bom dia! / Boa tarde! / Boa noite!" antes de qualquer coisa. Tenho admiração por pessoas objetivas. Mas, cá pra nós, um atendente de supermercado te questionar sempre a mesma pergunta, investigando se você é mais ou não pra ele, é pra quebrar as pernas de qualquer autoestima de um pobre cliente.

Digo "pobre" no sentido literal, porque, na maioria das vezes, você se arrisca a fazer uma comprinha com dinheiro contado. Você ali, mais liso do que chão encerado, aí vem um atendente de caixa e faz uma pergunta polêmica dessas.

Dá vontade de complementar o "Não" com um "Cliente menos mesmo!". Aliás, dá vontade de ir logo com um crachazinho informando isso em letras gigantes " CLIENTE MENOS " 

Outro dia, não me contive. Respondi com um sorrisinho melancólico:

- Cliente menos mesmo, Moça!

Enquanto guardava minhas comprinhas na sacola, o senhor que estava passando as compras se sentiu encorajado por mim e admitiu sua situação financeira da mesma forma. Só que o riso dele foi alegre. Aquele típico brasileiro que sabe levar a vida com bom humor.

Ficou curioso sobre o porquê da pergunta “ Cliente mais?” Faço agora uma publicidade espontânea copiando abaixo o link, caso você deseje ser Mais para o atendente do caixa do Pão de Açúcar. 

domingo, 29 de setembro de 2013

Caidinha, os quatro pneus, por eles.

Uma das experiências mais impulsionadoras é perceber que você está completamente apaixonado por seus estudos. No meu caso, caidinha, os 4 pneus, pelo meu projeto de pesquisa. 

Apaixone-se por alguém e/ou qualquer coisa que te leve adiante e logo isso vai causar tanta empolgação, que você esquece até de comer, de beber água e, principalmente, de problemas que não têm tanta importância assim na sua vida.

Tá, é bom lembrar de comer e beber água! ;)

sábado, 28 de setembro de 2013

Eis aqui o tema do meu Projeto de Pesquisa para mestrado

"Porque nós estamos sozinhos. Nós necessitamos de mais amigos ou ouvidos simpáticos, pessoas que possam ouvir nossas histórias e falar-nos as suas próprias, ou nos dizer onde elas foram mudadas. 

Nós gostamos de ler as histórias de outras pessoas porque elas nos ajudam a afirmar a nós mesmos. Fora dali nós não estamos sozinhos (...) colocar nossas vidas on-line não significa conduzir nossas vidas on-line, mas utilizar um veículo de partilha sem precedentes. Nós interagimos no mundo real e usamos o ciberespaço para colaborar, dividir e conjurar novas possibilidades. "

Por Justin Allyn Hall*

* Em janeiro de 1994, com apenas 19 anos de idade, Hall inaugurou na rede o diário Justin's Link from de Underground 12, passando a fazer dele um livro aberto sobre a própria vida, publicando tudo em detalhes: bebedeiras, divagações à toa, as doenças sexualmente transmissíveis que contraiu, viagens, amizades, as aulas na faculdade, namoros, o suicídio do pai e até as próprias fotos, algumas delas tiradas nu ou urinando."

Fonte: http://www.bocc.ubi.pt/pag/oliveira-rosa-meire-De-onda-onda.html


Estou tentando ficar ausente aqui no blog, justamente para investigar esses desajuizados que têm coragem de escrever sobre suas vidas pessoais em blogs. 

Nossos pais pedem tanto pra gente ter juízo e a gente faz um negócio desses. Sei não. Só sei que o amor pela escrita e a vontade de ser lido é maior do que tudo, pelo menos no meu caso sim. 

Eu escrevo em blog, e o tema da minha pesquisa só podia ser esse, claro. Porque eu só penso nisso e porque isso me leva ao sentido mais próximo e realista da Felicidade.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Onde eu meto a colher

- Numerozinhos? 

Sou mais letrinhas. 

Elas que não são nada exatas. 

Elas me matam de curiosidade.

Elas que só revelam segredos para os mais íntimos.


Números não!

Sopa de letrinhas pra mim, por favor! 

Não! Melhor: 

me vê uma sopa de frases embaralhadas pra eu meter minha colher!

Faço sentido assim, com essa fome de ler e escrever.

domingo, 22 de setembro de 2013

Especialização em procrastinação

Eu sei que isso não é da conta de ninguém, que ninguém precisa saber, mas eu tenho um (...)
projeto de pesquisa para entregar na especialização. Tem prazo e tudo mais.

Bem, eu só queria justificar minha ausência aqui por uns meses.

(Nossa! Falando assim, "meses", faz parecer eternidade. Não sei se vou aguentar, afinal, escrever sobre coisas não científicas também é vida)

Estamos quase entrando no mês de outubro e eu tenho até 22 de dezembro para entregar o que ainda não comecei. Até agora, jaz aqui uma tímida estudante lendo trabalhos alheios, apenas se contentando com um bilhão de indecisões sobre o tema fervilhando na cabeça .

Tenho até 22 de dezembro e até agora tudo tem me distraído. Tudo tem me levado a um caminho quase sem volta: ao da procrastinação.

Quando trabalhar e estudar ao mesmo tempo é sua sina, você começa a pensar no que deve abdicar para concluir seus estudos e, enfim, ser gente, ou não. São tempos difíceis pra todo mundo, ou nós que somos complicados e complicamos tudo.

Eu tenho até dezembro pra entregar um projeto de pesquisa.
Eu tenho que ficar lembrando disso a toda hora.

Eu tenho que cutucar a procrastinação e pedir pra ela desapegar de mim, mas ela tem pacto com meu sono e cansaço diário.

Vou deixar uma lista aqui.
(Talvez alguém me ajude a escolher algo pra riscar do meu caderninho de vida por uns meses)

Opções
1) namoro
2) amigos e saidinhas
3) Leitura dos Clássicos da ed. Abril
4) Trabalho de 8h por dia de segunda a sexta
5) Aulas de dança 3x por semana
6) Escrever entre Três Paredes
7) Papear depois do jantar com meus pais e meu irmão
8) Conhecer o trabalho de novos artistas do cenário musical brasileiro
9) Preparar comidinhas vegetarianas para mim mesma
10) Curtir minha t.p.t (tensão pré-tristeza) sem medo de ser triste na TPM
11) Ouvir música fofinha e dedicá-la para os amigos, por inbox no Facebook
12) Bailes de dança 1x/2x por mês
13) Compartilhar trechos de músicas ou de textos, meus ou alheios, na fan page do blog Três Paredes (sim, agora tem fan page com 133 curtindo isso)

Tá, eu sei que muita gente vai me aconselhar a dar um tempo com a dança, mas é que esse "deixar a dança por uns meses" dói lá no fundo da alma. Prefiro tentar realizar o sonho de administrar bem o tempo.

Só não garanto escrever aqui com frequência. No máximo para desabafar sobre as desavenças com meu projeto de pesquisa.


sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Na carona do Pai que me quer bem

Eu pego carona com meu pai de manhã bem cedinho. Ele me deixa no trabalho e depois vai pro dele.

É muito provável que a gente não se veja por vários dias. Mas quando a gente raramente se encontra, durante a semana, é na mesa do café da manhã, às 05h45, e depois no carro, às 06h10 no máximo. Mais do que isso, ele grita um "Bora, filha" apreensivo.

Na carona, ou estou lendo algo, ou cochilando, ou tagarelando (sim, tem dias que estou até inspirada pra jogar conversa fora tão cedo da manhã). Muda, sonolenta ou tagarela, ele gosta de me ver bem de qualquer jeito. Estou lá de copilota, toda zen, quando, do nada, ele implora:

- Ô, Filha, sobe seu vidro aí!

E para completar, resmunga:

- Tá toda assanhada. Nossa!

Eu acho graça e imediatamente cumpro ordens. Subo o vidro, mas nem tanto, e dou uma ajeitada no meu cabelo curto e bagunçado pelo vento.

Faço isso, não porque me importo com minha imagem no espelho àquela hora da manhã. O importante é ver meu pai bem ao me ver menos mal.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Deixe a Lua te levar

Ontem à noite, voltando pra casa, desci do ônibus e, antes de atravessar a rua, dediquei um tempo pra olhar a Lua. Fiquei constrangida. Ela estava tão linda e, eu não consegui lembrar qual foi a última vez que a contemplei. Forcei a mente e nada. Culpei os compromissos da semana. Então me perguntei sobre o que estou fazendo com meus fins de semana: em nenhum momento eu consigo olhar pro céu, é isso? Como cheguei a esse ponto eu não sei, só sinto que não posso continuar assim. Se não, nem assunto para postar aqui eu terei mais.

Ontem, depois de sei lá quanto tempo sem olhar, olhei pra Lua. Nem identificar a fase que ela estava eu sabia mais. Frustrante foi ter que recorrer ao google :



( a fase da minha Lua de ontem era bem similar a esta quarto minguante - minguante côncavo)

O fato é que olhei pra Lua e percebi que estava com saudade de caminhar até minha casa, dividindo minha atenção entre as árvores e Ela. Senti saudade também daquela elaine criança, que deitava no chão do jardim à noite com a única ocupação de observar as estrelas não apenas como brilhos distantes, mas como partes integrantes do que sou. Eu em comunhão com o que está ao meu redor.

Falando nisso, super recomendo a leitura da Revista "Vida Simples" deste mês. A matéria de capa chamou minha atenção com este título: "Deixe a vida te levar" Eu que sempre contestei a teoria do Zeca Pagodinho, acabei concordando com várias partes da matéria.


domingo, 1 de setembro de 2013

Meu pai e meu pãozinho de coco


Minha alegria hoje seria um (...)


Pão de coco! Só porque lembro do meu pai.

Ele saia cedinho pra comprar carioquinha e me surpreendia ao dispor na mesa os meus prediletos pães docinhos.

Tristeza I: cheguei tarde na padaria e não tinha mais. Também, né, 11 da manhã.

Tristeza II: acabo de pesquisar no google a receita e diz na lista de ingredientes da massa "ovos" e "leite".

Consolo I: vou pra casa hoje ver meu pai. Afinal, não é um pão de coco que matará a saudade que tenho dele.

Consolo II: posso descobrir receita de pão de coco "vegano", ou seja, que não leve leite de vaca nem ovos de galinha. (:

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Generosos pedaços de você

E quando o vazio te preenche com nada mais do que nada,

você finge que está aguentando firme e só confia que vai passar.

Isso vem, passa e volta. Certeza! Só não sabemos a hora exata.

O jeito é procurar um canto seguro pra chorar à vontade, - sem ninguém por perto lançando olhares de curiosidade ou de piedade - Já basta a dó que está tendo de si mesmo.

A melancolia vem toda marota para nos surpreender com um: - Sur-presa!

Como ela é sem graça.

E parece que nada consegue distraí-la.

Neste caso,

ler um livro não vai tirar você da sua momentânea triste realidade

Um filme, uma novela, um show não vão te entreter

Dar uma olhadinha no facebook também não.

Músicas vão entrar por um ouvido e sair pelo outro, conselhos também.

Escrever num blog pessoal só vai fazer você achar que está escrevendo mal

Ir às compras, então, não vai fazer o menor sentido.
Objetos, coisas materiais, jamais vão te preencher de verdade.

A cratera que se abriu no seu peito só vai sarar,

quando você voltar a reservar tempo de sobra, dentre esses intervalos de tempos tão corridos,
só para aquelas pessoas que te compõem, que são generosos pedaços de você.

Sem elas, nos resta apenas o vazio.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Tá na validade?

Tava voltando pra casa hoje, quando reparei na placa de uma humilde lojinha de roupas:

"BELEZA ATUAL
Atualizando sua beleza!"


E eu fiquei me perguntando se existe beleza velha, ultrapassada.

Céus, onde diz a data de validade? 


Tô vencida? 

Estamos vencidos?

domingo, 25 de agosto de 2013

Vegetariana sim, vegana não. Vegetariana presenteada, pra que mais?

Em junho deste ano eu completei 1 ano de alimentação vegana* 

*( queijo, não pode!
    leite, não pode!
    iogurte, não pode!
    Ovos, não pode!
    A clara do ovo? Não, também não!
    Mel, pode? Não!
    Nem peixe? Também nem pode!)

 Quem optou por uma alimentação assim, seja por n motivos, vive ouvindo essas duas palavrinhas "não pode!", geralmente de forma interrogativa ou como quem recupera a memória: "Ah, é. Isso tu não pode!" Mas o ideal seria ouvir "Ah, sim. Você não quer!" Já que não é porque você não pode, é porque você escolheu, decidiu não querer. 

Você não tem intolerância à lactose nem à carne nem a onívoros ou "carnívoros" (como os onívoros costumam dizer). Pelo contrário, você passa a treinar bastante sua tolerância**.

**2. Boa disposição dos que ouvem com paciência opiniões opostas às suas.

Tá certo que existem aquelas pessoas que não praticam essa tolerância. Não toleram onívoros/carnívoros afirmando ou perguntando bobagens ou não bobagens a respeito do tema. Certo é que não se deve viver num clima de guerra de onívoros/carnívoros versus vegetarianos/veganos***. Não há critério para definir que um ser é melhor do que o outro. São apenas escolhas diferentes.

***Mas o que é afinal ser vegano? Copio e colo abaixo algumas informações básicas:

A Ideologia Vegana:

Veganismo é uma ideologia baseada nos direitos animais que obviamente pressupõe uma alimentação estritamente vegetariana. A ideologia vegana boicota qualquer produto de origem animal (alimentar ou não), além de produtos que tenhamsido testados em animais ou que incluam qualquer forma possível de exploração animal nos seus ingredientes ou processos de manufatura.

Para o vegano cada animal é um ser senciente dono de sua própria vida, tendo assim o direito de não ser tratado como propriedade (enfeite, entretenimento, comida, cobaia, mercadoria, etc).

No vestuário, os materiais de origem animal como pele,couro, lã, seda, camurça ou adornos de pérolas, plumas, penas, ossos, pêlos, marfim, etc) são preteridos, pois implicam a morte e/ou exploração dos animais que lhes deram origem. Veganos se vestem de tecidos de origem vegetal (algodão, linho, etc) ou sintéticos (poliéster, etc).

Na alimentação são vegetarianos estritos, ou seja, excluem da sua dieta carnes, gelatina, laticínios, ovos, mel e demais alimentos de origem animal. Consomem basicamente cereais, frutas, legumes, vegetais, hortaliças, algas, cogumelos e qualquer produto, industrializado ou não, desde que não contenha nenhum ingrediente de origem animal.

Evitam o uso de medicamentos, cosméticos e produtos de higiene e limpeza que tenham sido testados em animais. Alguns optam pela fitoterapia, homeopatia ou qualquer tratamento alternativo.
Veganos defendem o surgimento de alternativas para experiências laboratoriais, como testes in vitro, cultura de tecidos e modelos computacionais.
São divulgadas entre a comunidade vegana listas de marcas e empresas de cosméticos e produtos de limpeza e higiene pessoal não testados em animais.

Circos com animais, rodeios, vaquejadas, touradas e jardins zoológicos, também são boicotados pois implicam escravidão, posse, deslocamento do animal de seu habitat natural, privação de seus costumes e comunidades, adestramento forçoso e sofrimento. Não caçam, não promovem nenhum tipo de pesca, e boicotam qualquer “esporte” que envolva animais não-humanos. Muitos seguem o princípio político da não-violência.

Veganismo na Prática
Citando o filósofo Carlos Naconecy “Vegetarianismo/veganismo é menos uma questão de pureza pessoal do que uma atitude que tenta minimizar a exploração de animais – minimizar porque a eliminação dessa exploração é impossível: a vida no mundo urbano de hoje, tal como a conhecemos, depende do uso de animais. Em outras palavras, nenhum de nós pode se dizer vegano – todos nós apenas tentamos ser veganos.”

O exemplo mais claro disso é o do uso de pneus por parte de veganos/abolicionistas. “Consta que o ácido esteárico, oriundo principalmente da gordura animal, é usado, entre outras coisas, na vulcanização da borracha dos pneus. Ao ser informado sobre isso, o militante ver-se-ia obrigado moralmente a se mudar para um local onde o uso de pneus não fosse necessário – por exemplo, uma ecovila autossustentável.”

Veganismo, segundo seu criador Donald Watson, é uma filosofia e um modo de vida que busca excluir as formas de exploração e crueldade aos animais… É uma atitude de respeito pelos animais. Os ativistas devem fazer tudo o que puderem para viver o mais eticamente possível conscientizando as pessoas para a importância da vida de qualquer animal, humano ou não.  A idéia é mostrar que todos animais sofrem tanto quanto os homens e que se nenhum homem gosta de sofrer os animais também não.

De onde tirei isso tudo:

Quem leu o item acima "Veganismo na Prática", vai entender que sou apenas uma vegetariana que tenta ser vegana, já que até no pneu tem algo de origem animal. Enfim, a gente faz o que está ao nosso alcance para respeitar o próximo e as outras espécies.

Mas o que eu ia relatar mesmo nesse post era outra coisa. Isso sempre acontece comigo. A princípio, penso em escrever determinada coisa e de repente já me vejo direcionando o texto pra outro lado. Mas o que vou relatar tem tudo a ver com o que escrevi aqui até agora. 

Por coincidência ou não, ganhei meio que um presente nesse aniversário de 1 ano de vegetarianismo. Eu estava na fila de espera do caixa do supermercado e havia uma senhora sendo atendida na minha frente. Ela foi com o dinheiro contado, certinho para uma compra supostamente planejada. Ela tirava a mercadoria da esteira e entregava pra moça do caixa, sempre checando o preço que dizia na tela do computador. Ela parecia estar apreensiva - se imaginando presa ali sem poder pagar a conta-. Muito prudente, ela pensava bem e recontava o dinheiro que tinha na sua bolsinha. Permaneceu assim até que só restaram duas coisas na esteira do caixa: 

- 1 (uma) margarina
- 1(uma) bandejinha de isopor com linguiças Sadia. 

Sem aquela senhora notar, fazia tempo que eu também verificava a tela do computador um tanto receosa por ela. Acho esse gesto de ir às compras com dinheiro contado tão louvável que fiquei ali torcendo por uma consumidora consciente. Sabia que haveria um jeito daquela comprinha dá certo. 

Pela indecisão da senhora do dinheiro contado, percebi que ela teria de escolher entre a margarina e as linguiças Sadia. As linguiças estavam custando R$ 2,75. A margarina, não lembro. Eis então o meu presente: ela abandonou a bandeja de linguiças no final da esteira e entregou a margarina pra moça do caixa. 

Coisa linda de se vê: linguiças SADIA rejeitadas pela senhora do dinheiro contado. Considerei um presente e comemorei assim meu aniversário de 1 ano.