quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Mudar


Achei que fosse imune a qualquer tipo de doença ou alergia,
afirmando ser uma pessoa extremamente saudável.
Tenho 20 na idade, 15 na aparência, com alergia à rotina.

Minha natureza não é estática.
Pelo contrário, se move rumo ao desconhecido.
Por isso, vou me mudar.
Quem sabe alguém me encontre lá,
através de um filtro possa ver
minhas outras formas de ser e estar.

Não deixo, levo. Leve!


Deixe para trás e você sentirá a mudança entrar no seu mundo, feito água na terra.
Deixe pessoas para trás e você sentirá a falta de cada pouco, de cada muito, de cada um.
Até quem nem você sabia o nome. Dizia bom dia, boa tarde, como vai?, você vai lembrar.
Deixe o futuro vir. Pode dá medo. Pode haver desprezo. Mas leve, não deixe. Leve tudo que você aprendeu, viveu, mesmo que pouco intensamente. Não lamente- se pelo pouco que aproveitou. Sim, a gente sempre poderia ter feito mais, e melhor. Aliás, todos querem ser o melhor. Então, você não está só. É apenas uma questão de levar. Não mais deixar. Quem deixa para trás não tem o que levar. A bagagem vem vazia e sua mente fica só na nostalgia.

sábado, 15 de novembro de 2008

Versos de fim




Noite sábado à noite
solidão não pensa não
o quanto dói nessa imensidão
saber que às vezes é preciso
mentir pra quem te faz bem
Frágil, não me reconheço
esqueço de amanhecer
a luz não chega aos meus olhos
sei que poderia ser mais eu
tento transformar o que penso
em versos mal feitos
tento não errar meu português
Mas faz parte de mim errar
deprimente noite enfim
nem sei, não sou ideal a mim
pode ser triste fim
pode ser alegre fim
só não queria me sentir
longe de mim.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Monstrinho


O monstrinho luminoso assassinou o meu ursinho! Veja só! Neste mundo você não pode mais ser criança. Deixem, meus desejos de menina passam de ilusão. Podem ser reais. Se eu corro atrás, é porque enjoei de brincar de faz de conta. Mas a conta quem paga não são mais meus pais. Mesmo assim, sou criança. Já sei o que fazer para manter à distância estes estranhos seres luminosos, especialistas em ludibriar alma pueril.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

5 sentidos. Incontáveis sensações.


O prazer da vida está nas portas de entrada para o mundo.
Nos seus sentidos.
5 sentidos, incontáveis sensações.

Experimentos te levam além. Basta respirar calmamente, ver sem fingir ser cego, degustar lentamente seu prato preferido, ouvir música de olhos cerrados, tocar as pessoas sem medo de chegar perto. Para aguçar seus sentidos, experimente o prazer de ser a própria sensação. Temos, então, infinitos sentidos.

domingo, 9 de novembro de 2008

Breve relato




Foi assim quando eu o conheci. Ônibus das 13H, saindo da Faculdade. Meu eterno parceiro da linha "Antônio Bezerra - Unifor"proporcionou- me, pela primeira vez, algo de bom, muito bom aliás.

Não lembro a data, só sei que resolvi fazer uma coisa diferente: passei logo pela catraca ( ainda não tinha uma visão estratégica- em ônibus lotado, melhor ir logo para as proximidades da dianteira, pois quem está por lá, já está na iminência de descer. Portanto, o assento é desocupado, ou quase sempre - uma vez tinha uma mulher imensa, cismou de fixar o traseiro na viagem cheia de saculeijos) .

Não tinha lotação, nenhuma preocupação, a não ser o normaço do sol. Sentei ao lado de alguém, nem o calor sabia quem. Foi então que a velha e aguda quintura da nossa Fortaleza do Ceará quase me afasta 'dele' ( você deve estar se perguntando: "quem será este?"). Pois bem, fugi o quanto antes daquela temperatura agonizante. Não fui muito longe, a ponto de ainda perceber olhos de algum "estranho" direcionados curiosamente para mim. Como toda mulher, que gosta de ter seu ego acariciado, me orgulhei. - Algum homem ainda olha pra mim. Até então, só havia percebido algum interesse do sexo oposto via msn, orkut... Estes meios de comunicação que estão na moda para causar discórdias na maioria da vezes.

Segui tranquila, sentadinha na extremidade. Ainda não tinha o hábito de ir do lado da janela. Incomodava- me a idéia de despertar alguém de um cochilo profundo no momento de puxar a 'cordinha'. Pois bem, até o momento, não sabíamos quem olhava atento aos meus movimentos. Até tentei advinhar quem, usando minha visão lateral através de meus óculos ( falecidos óculos - mutilei uma das pernas dele. Enfim, a rotatividade para solucionar meu astigmatismo é veloz).

Conto- lhe este detalhe dos óculos, porque ele explica a demora de meu admirador secreto se revelar. Ele me disse depois, que não me reconheceu logo, porque não tinha me visto de óculos nas fotos do álbum.

Estava no embalo do balanço da inércia, quando sinto um dedo tímido tocando o meu ombro. Eis que se apresenta o misterioso. Agora, intitulado "Ex- estranho". Sim, era ele mesmo. O rapaz do orkut! Seu primeiro scrap na minha página dizia : ^^ . Lembro de ter respondido: " ^^ " ?? . Foi então que seguiu-se uma sequência de digita - recebe - responde. Falamos até de currículo. Falei que o meu estava em construção. Ele respondeu: já fui pedreiro! Um 'fofo' mesmo, incrivelmente sensível* ( nem sempre este adjetivo atribuído ao sexo masculino significa que o carinha é gay).

Voltando, pois, ao momento 'encontro'. Cara a cara do anônimo conhecido virtual, lembro de ter demorado um pouco a processar a informação. Ele já estava acomodado na cadeira ao lado, quando resolvi me manifestar com um "É você, estranho!!" (altamente desconcertada). Trocamos algumas palavras das quais não me recordo agora. Só sei que tinha certeza que lhe apresentava minhas maças rosadas. As dele também eram , são, bem avantajadas. Como de costume, economizei palavras. Preciso me familiarizar com alguém para me sentir a vontade.

Voltando ao impasse, logo saciarei sua curiosidade. O tal "ex- estranho" é Leandro. Meu par. Ele se despediu de mim e foi- se. Puxou a cordinha e foi- se. Não para muito longe, pois logo tratamos do reencontro num evento promovido por uma colega em comum. Coincidências, não?!.

Ainda não foi neste evento ( São João) o esperado encontro de lábios. Ainda ocorreu outro evento ( Festa do Jornal O Povo, onde ele trabalhava na época), mas neste, nos atemos a só dançarmos uma dança meio esquisita e reprimida. Foi então, no inesperado convite "vamos ao cinema?"( inesperado mesmo. Era na semana. Elaine online no msn, aceita convite na flor dos nervos. )

Agora, imaginem o nome do filme..."NÃO POR ACASO". Exatamente, 'não por acaso' acontece o mesmo que houve no primeiro encontro. Só que agora, é ele que sobe no ônibus. Parecia até perseguição. Coisa de filme - comédia romântica adoçando tardes vazias.

É...alguma coisa tinha que acontecer desta vez. Levada pelo pensamento : "Não posso ir embora sem provar do beijo". Estranhando minha atitude, encostei minha boca na dele. Em meio à multidão do shopping mais calorento da cidade( North Shopping). Ê! Mulheres de atitude! No meu caso, acho que foi mais vontade de provar o gosto de amar de verdade.

Encerro, aqui, meu breve relato.

Ainda terei muitas histórias regadas a vinho pra contar. Pode deixar.

sábado, 8 de novembro de 2008

Sono sem sonhos


Ele me pergunta :
- Sonhou comigo?

Ao que eu respondo:
- Não. Ultimamente não tenho sonhado.

Estranho, parece que o meu inconsciente cala, disfarça- se. Será que uma magia obscura roubou minha tendência natural de sonhar?

Se sonhei, não lembro. Se dormi, foi por pouco tempo. Talvez, meus sonhos queiram habitar somente a realidade, me reservando um sono sem muitas emoções. Algo deve explicar esta ausência, mas, por enquanto, não faço idéia o que seja.

Misteriosa a mim mesma, deixo a investigação por conta dos outros. Agora, vou dormir, quem sabe venha o sonho no sono.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

*In-porta: algo que não tem importância


Pra quê se importar?
Não devemos nada a ninguém
Nem a nós mesmos

Então, bonequinha
Desligue-se deste plano material
Engradeça sua alma, e os de quem a cerca.

Seu batom tá borrado, e daí?
Falaram que você é isso,
e você quase morreu.

Valorize coisas maiores,
deixe de pormenores;
a vida foi feita para errarmos,
é só dá a descarga depois.
Ninguém se importa com seus odores.

É melhor reviver logo,
pode ser tarde demais.
Inspire o oxigênio,
e não se preocupe,
os outros podem
não gostar do seu perfume.

Fale o que vier à cabeça,
expressão corporal,
crescimento espiritual.

Não se importem bonequinhas de porcelana,
às vezes preciso chutar o balde assim.
Saio quebrando tudo em pensamento,
não pra bancar a rebelde,
não vejo porque calar meu cérebro
Tenho mania de escrever o que penso.

domingo, 2 de novembro de 2008

Estendido no varal


Domingo estendido no varal.
Fim de semana secando,
Evapora mais rápido que o pensamento.

"Acabou-se o que era doce"
Prove do amargo cinco dias seguidos,
e no sábado, pegue os pegadores do varal,
pegue o que for de bom de jeito simplório.

Balance ao vento diante do sol ou da chuva.
Enfrente o tempo.
Pois segunda, o ciclo começa novamente.
Cabe a nós fazer algo diferente.
Fazer a rotina rodar.

Meu domingo estendido,
seca seco do sol.

sábado, 1 de novembro de 2008

Por que existimos?


Houve quem respondesse com um tom filosófico : "Penso, logo existo". Outros, com voz firme e burocrática : "Basta ter CPF, RG e contas a pagar." Poucos sabem que o motivo de existirmos envolve algo muito além do que se imagina.

Esses poucos (que, na verdade, são muitos) são exatamente as pessoas que nos amam. E o que explica nossa existência não é o passar dos anos desde o nosso nascimento, mas é o que permeamos através de sentimentos.

Logo, existimos porque sentimos vontade de existir para completar as outras existências. E assim, temos uma coletânia de sensações.

Botânica


Ela é botânica
Rega a planta
É jardineira por natureza

Cultiva sua casa de sítio
Tira um cochilo
Anestesiada, se balança na rede
Levanta as 5:30,
levada pelo sono,
faz um bolo de laranja
tapioca, suco e canja

Só descansa,
quando faz o que quer
Bate o pé, briga, birra feito criança
Logo se põe a postos,
misto de disposição e preguiça

Abre a janela,
exibindo o seu jarro de flores
São muitas cores e aromas
Ela é botânica.

Á minha mãe.
1 de novembro, seu aniversário.