segunda-feira, 31 de março de 2014

E com você, tudo na mesma?

Por elainepacheco, também publicado em twentyweeks.com
Aquela típica busca de entender onde você foi parar e como foi parar ali. Por que parou? Parou por quê? Já tá bom do jeito que tá e nada te angustia?


Certa vez uma grande amiga, que eu não via faz um tempo, por acaso encontrou comigo na rua. Sabe como é, né, isso de perguntar se o outro está bem e como andam as coisas. Até aí, tudo bem.
Mas a forma dela de me questionar potencializou o efeito de uns pensamentos que eu vinha tendo sobre a importância, a necessidade de mudar. Ela perguntou:
- E você, amiga? As coisas continuam na mesma?
A pergunta me incomodou horrores. Fiquei até com vergonha de confirmar. Criei coragem e disse “sim”. Sim, mesmo trabalho. Sim, mesma rotina. Sim, mesmos hábitos.
Amigos de verdade sabem de suas fraquezas. E por serem de verdade, querem que você siga em frente, sem medo. Eles não querem te ver estacionado, feito um carro esquecido num estacionamento enorme de shopping. Vai ver, na volta, o proprietário do veículo não conseguiu lembrar onde o deixou, mesmo com o local todo sinalizado para evitar esse tipo de confusão.
A primeira pergunta a se fazer para si é: “Onde eu me deixei estacionado?” Aquela típica busca de entender onde você foi parar e como foi parar ali. Por que parou?  Parou por quê? Já tá bom do jeito que tá e nada te angustia?
Esbarrar por aí com minha amiga produziu um efeito sem precedentes. Um tempinho depois desse bem aventurado encontro, me mexi, me meti numa série de mudanças que têm contribuído para o resgate da minha alegria de viver.
Hoje, já me sinto mais viva. O sangue circula cada vez mais forte em meu corpo. O olhar não está mais perdido. Meu olhar se fixa nas oportunidades e novidades que são proporcionadas no tempo certo. Agarro tudo com unhas, garras e dentes.
Acho que não é suficiente apenas os outros te fazerem perguntas. O questionamento principal deve partir de você mesmo. E de si para si. Já está mais do que na hora de rever alguns conceitos.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Abrindo exceções.





Gordice! Decidir abrir uma exceção e comer churros, jurando que a massa leva leite e ovos, 
e perguntar já meio conformada:

- Leva leite e ovos, né?!

"- Não, não. Pelos menos a nossa, não. 
   Até porque esses ingredientes não ajudam na hora de fritar."

- Sérioooo?!

Quis nem saber, pedi com recheio de chocolate. 


Alegria da noite. Ganhei a noite.

terça-feira, 25 de março de 2014

Você funciona no status offline?

Por elainepacheco, também publicado em twentyweeks.com
Desprovida de celular, alguém me mostrou o caminho. Estava sendo reeducada a me reconectar com o mundo real, concreto e, definitivamente, offline.


Era sexta à noite, quando fui encontrar com a amiga num barzinho. Fui de ônibus. Não levei o celular – com internet. Marquei o ponto de encontro e avisei que ficaria incomunicável a partir dali. Claro, fiz questão de explicar o porquê. Falei do perigo de assaltos no meu bairro e na cidade toda.
Vários sujeitos, em suas bicicletas, já me abordaram pedindo meu celular. Cansei. Minha estratégia agora é deixar o objeto de desejo em casa ou levar um celular a mais na bolsa, facilmente localizável para não se perder tempo: pegar e entregar rapidinho em mãos, nas mãos do oportunista.
Então, saí de casa sem celular mesmo. Consequentemente, sem Whatsapp, Instagram, Facebook, YouTube, Line e, olha só, sem a função básica de ligar e/ou receber chamada.
Esperei, esperei, esperei pela minha amiga, e nada. Ela tinha me dito que chegaria às 19h30. Por não ter relógio de pulso e sem celular, eu não poderia acompanhar o tempo passando. Na verdade, sem qualquer distração online, eu poderia ver claramente o tempo me passando pra trás.
Porém, tive a brilhante ideia de perguntar a hora para o atarefado garçom. Brilhante nada. Ele também não tinha relógio nem celular no bolso. Eu já estava fazendo aquela cara de “e agora?”, quando o gentil garçom aponta e aperta os olhos para o relógio da pracinha, que fica em frente ao barzinho. “- Ali, oh! 20 e..!” 
Fiquei meio impressionada com a perspicácia dele de contar com o relógio alternativo. Desprovida de celular, alguém me mostrou o caminho. Estava sendo reeducada a me reconectar com o mundo real, concreto e, definitivamente, offline.
Sem internet, sem companhia, lá estava minha pessoa solitária numa mesa de bar. Não havia a distração de dar uma olhadinha no Facebook, muito menos de saber notícias da amiga desaparecida. Falando sozinha, fiquei me perguntando sobre o que teria acontecido com ela. Pensando “Não pode. Alguma coisa aconteceu!”, passei a imaginar mil causas e coisas. Nem preciso dizer que pensei nas piores.
Contratar uma Agência de Notícias sobre a tal amiga da Elaine, nem pensar. Receber do Correios uma cartinha dela, listando seus nobres motivos e me pedindo perdão, muito menos. Ir para a delegacia mais próxima, também não era para tanto.
Afinal, tem o trânsito dessa cidade e, claro, qualquer outro imprevisto. Só que, sem sinal de fumaça, sem internet, eu não tinha como me inteirar dos fatos. Coloquei minha imaginação para voar. Tentei amenizar minha visão apocalíptica da coisa procurando relaxar e colocando toda a culpa no trânsito.
Sem o celular nas mãos, comecei a observar as pessoas ao redor. O que vi foi a esmagadora maioria conectada à internet. Amigos ao lado, porém rostos enfiados em telas de celulares. Também via gente “sozinha” na mesa, sorrindo ou com cara de concentração para o celular. E eu ali, conectada com a solidão numa mesa de bar. Aprendendo a agir naturalmente com essa coisa de “levar um bolo”.
Meu celular em casa. Meus contatos de Facebook e Whatsapp em casa, no meu quarto, e eu só. Engraçado, não senti falta das redes sociais, apenas da função de ligar para saber o que diabos havia acontecido com minha amiga.
Quando paguei minha conta, satisfeita por ter sobrevivido a uma noite sozinha comigo mesma, a amiga esperada surgiu. Angustiada, explicou o motivo da confusão toda. Disse que pensou seriamente em ligar para o barzinho. Pediria para me localizarem. Precisava que alguém me colocasse na linha telefônica.
No fim das contas, tudo deu certo. Apesar da amiga implorar para eu nunca mais fazer isso. Isso de me tornar incomunicável por algumas horas.
E você? Sobrevive a uma noite off-line assim? Cuidado. A dependência tecnológica pode te pegar de jeito!

terça-feira, 18 de março de 2014

Ameaça de Mãe.

O privilégio de ouvir sua mãe gritar da cozinha:

- Bananada tá pronta! Vai ficar preta, hein, se não vier logo.

E eu nem pedi. 

Coisas de mãe. É amor.

domingo, 16 de março de 2014

Não há vergonha em começar do zero

Por elainepacheco, também publicado em twentyweeks.com/
Se não foi desta vez o que tanto queríamos, o tal sonho, se este não passou de um castelinho de areia, o jeito é recomeçar reconstruindo-o.
A praia foi uma sala de aula despojada. Enquanto conversávamos “papo-cabeça” de gente que só quer ser grande mas não é, o nosso pequeno professor Arthur, inquieto, tentava construir o seu castelinho de areia. Um só, não. Vários.
Ao alcance de suas minúsculas mãozinhas estavam suas ferramentas: o balde, a pá, uma espécie de peneira de areia e outros que não consigo detalhar, porque me perdi no sorriso típico de criança, aquele bem acompanhado de brilho no olhar e de olhinhos redondos quase fechando.
Há uma maleta de plástico para guardar todas essas ferramentas, da qual o pequeno não tira o olho se você gentilmente se oferecer para carregá-la. O menino, esperto que só ele, sabe tomar de conta de sua preciosidade. Inclina de leve a cabeça pro lado, na direção onde está sua mão que leva os brinquedos. Vai que você, adulto cabeça de vento, larga em algum canto e esquece, né.
Ele mantém sua vigília firme e forte até escolhermos uma barraca e uma mesa. Daí começa a atuar a engenharia do pequeno na minha mente que vê metáfora em qualquer coisa ao redor.
Primeiro, ele tenta construir o Castelo num canto nada óbvio: a nossa mesa. Sua mãe só podia alertá-lo que ali não era a base ideal pra esse tipo de construção. Teria que ser na própria areia da praia.
Ele resolveu aceitar a orientação sensata da mãe e sentou próximo da gente, onde as ondas do mar ainda não haviam tocado os grãos de areia. Ficou ali sem saber por onde começar até pedir ajuda.
Sem cerimônias, a mãe afunda as mãos na areia e vai formando um pequeno monte no formato de um vulcão. Ele observa e imita. Libera sem cautela a areia que traz apertada dentro da palma da mão. Joga-a ao vento num surto de risadas.
Assim, seu castelinho de areia vai ficando cada vez menos parecido com castelo. Para ele, virou um bolo de aniversário. Colocou um galho no ápice do monte, fazendo de conta que era uma velinha, e cantou “parabéns”.
Feita a festa, o aniversariante olha pra gente com cara de sapeca e se joga no bolo de areia. Mergulha de barriga no que era pra ser um castelo de areia. Sai destruindo tudo movido por uma gargalhada que há muito tempo eu não ouvia. Isso enquanto escuta a gente se lamentando: “-Mas você destruiu o castelo! Vai ter que fazer tudo de novo”
Depois da farra demolidora, o menino parece reconhecer a necessidade de reconstruir aquilo que se foi e afirma com manha: “- Eu não consigo” E eu digo, sem pensar duas vezes: “- Claro que consegue! É só fazer de novo!”

E assim ele fez. Fez e refez, refez e fez o bolo de aniversário, porque criança sabe celebrar a vida todo dia. É assim que precisa ser. Todo dia, uma nova conquista feita com nossas próprias mãos.
Se não foi desta vez o que tanto queríamos, o tal sonho, se este não passou de um castelinho de areia, o jeito é recomeçar reconstruindo-o.

Não há vergonha alguma em começar do zero. Se bem que não existe isso de reiniciar do zero. Afinal, das tentativas anteriores, muitos aprendizados ficaram.

domingo, 9 de março de 2014

Sob a vigília do Amor

 Por que nós, filhos, nos encarregamos de manter distância daqueles que estão sempre na vigília do nosso bem-estar?


Tenho andado com umas tosses horrorosas, daquelas carregadas que assustam pessoas a quilômetros. Confesso minha acomodação quanto a ir ao médico verificar o que, afinal, é isso. Talvez indisposição para chás de cadeira oferecidos pelas clínicas.

Acontece que, em casa, meus pais têm reparado nos meus urros. Me mandaram logo ir atrás de remédio.
"- Ah, meu corpo naturalmente resolve, expulsa isso", teimosa, eu tento sustentar o argumento.

Daqui a pouco, meu Pai aparece. Vem com maestria na arte de invadir a fronteira invisível que estabeleço entre meu quarto e o restante da casa, que é espaço mais deles do que meu. Porque nós, filhos, às vezes nos encarregamos de criar e manter distâncias daqueles que estão sempre na vigília do nosso bem-estar.

Será isso necessidade de provar que somos independentes? Provar pra quem? Para eles ou para nós mesmos?

Sabe-se lá. Só sei que meu Pai, com a doçura de quem cuida, surgiu com um copinho desses na mão:



O perfeito farmacêutico me explica tudo melhor do que a bula. Tanto explica, como me serve de lembrete de 12 em 12 horas. "- Já tomou outro copinho, filha?!"

Aí, me lembro que já tenho 26. E então noto que esse número não tem a menor relevância pra eles. Continuo sendo a filhinha pra tomarem de conta.

Percebo que colegas de trabalho, amigos, namorados, paqueras podem me deixar pra trás e desaparecerem da minha vida. Mas os meus pais, não. Estarão comigo até o fim de suas vidas. Se é que existe fim para certas coisas, para certas pessoas.

Quando deixamos de acreditar em nós mesmos?

A gente se basta. Temos mil e um potenciais para usá-los como ferramentas de uma máquina de mudanças. Alguém me responde quando foi que deixamos de acreditar em nós mesmos?

Texto meu também publicado em: http://twentyweeks.com/

Terminou o Carnaval. Querendo ou não, terminou. Se os planos para 2014 listados no fim do ano, por algum motivo, se enclausuraram no papel, é tempo de resgatá-los, como quem estende a mão e fala: - Venham, sem medo! Acho que isso é o que chamam de sair da zona de conforto. Vamos parar de fingir que tá tudo bem, por favor. É hora de nos colocarmos em primeiro lugar, de sermos egoístas. Egoísmo* saudável, claro, e sem precisar passar por cima de ninguém, a não ser de você mesmo.
Você desse jeitinho aí, com todos seus medos monstruosos feito bichos de sete cabeças. Você, com todas essas vozes pessimistas ecoando dentro de si. Você dependendo de você. Você, apenas. A consciência disso não deveria nos amedrontar tanto. A gente se basta. Temos mil e um potenciais para usá-los como ferramentas de uma máquina de mudanças. Alguém me responde quando foi que deixamos de acreditar em nós mesmos?

Se você não acredita em você, não há cristão no mundo que deposite alguma confiança na sua pessoa. Se acreditar e investir em si mesmo significa correr riscos; se é derramar litros de lágrimas da dor que causa o medo; se quer dizer não saber com precisão como será o amanhã, que seja! Que se pague esse preço! Creio que custa caro batalhar para ser você mesmo nesse mundão confuso.

Dia desses, por curiosidade, me incluí numa roda de um grupo de oração católico. Foi na garagem da casa da amiga querida. Uma atmosfera de energia do bem concentrada no amor pairava por ali. Eu pude sentir isso tão forte que um arrepio me veio do couro cabeludo ao dedão do pé.

Todos, em conjunto, acreditando na força da fé por dias melhores. Ao fim das orações, um senhor deu seu depoimento e comentou com pesar, sobre muitos e muitos anos de trabalho na área de risco da Viação Aérea de São Paulo (VASP), até que um dia procurou seu chefe, muito decidido a sair dali. Houve certa relutância do mesmo, mas deu certo. Em sua despedida a maioria se dirigia a ele profetizando que passaria por maus bocados, com a força da expressão popular daqui, ele iria “comer areia”.

Uma pessoa o abraçou com admiração dizendo: - Parabéns! Você está fazendo o que eu nunca tive coragem de fazer
Com isto, encerro esse texto sem mais. 

*e·go·ís·mo 
(francês égoïsme)
substantivo masculino
Amor exclusivo à pessoa e aos interesses próprios.
"egoísmo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa 

quarta-feira, 5 de março de 2014

Esqueceram do Love me do!

Esqueceram nas cachoeiras:


Pronto! Essa é a parte que você sai cantando Beatles ("Love, love me do..."), pulando de pedra em pedra com as chinelas na mão. E é Melissa, tá?

Pequena Pipoca. Pipoca Pequena.


Jazz & Blues, em Guaramiranga. Aí, eu procuro o mesmo pipoqueiro do dia anterior, quando ele me vem com essa, já se achando de casa: 

- Pipoca pequena? Pequena igual a você?!

- Isso mesmo! 
[cara de quem já é bem resolvida quanto a isso] 

(Das coisas que só acontecem comigo, acho!)

- Calça esse chinelo, Menina!


Pés descalços no pé da Serra de Baturité.

Nem todo carnaval tem seu fim. Esse vai permanecer no coração das lembranças. >.<

Por que ela é sua amiga?

- Por que ela é sua amiga, manhê? 

O pequeno dela, cheio de porquês, fez a gente parar pra pensar. Mas ele mesmo respondeu: 

- Porque você encontrou com ela no supermercado!

 Não foi, não é bem assim, mas vamos simplificar também. 

Por que sou amiga dela? 
Porque somos parceiras pra todas as horas.

Elaine P. -- com Gerlaine.

Quanto mais queremos algo, mais difícil é conquistar.

também publicado em http://twentyweeks.com/
Você decide que quer muito uma coisa, porém tudo que te leva para realizar tal coisa começa a dar errado. Relaxa! Isso é apenas jogo duro que as coisas que mais queremos na vida fazem questão de fazer. Elas são assim mesmo, nos desafiam como quem chama para uma queda de braço. Aí, você se impõe falando com destreza: “Quero só ver quem é mais forte, oh tamanho Obstáculo!”.
Outro dia, inspirada pela história do Gênio Indomável, decidi investir no meu potencial para o canto. E olha que essa história da minha cantoria perdura desde o colegial, quando me comparavam com a Sandy da Sandy & Júnior, e até hoje (acho que isso não é ruim).
Voltando do trabalho em um dos dias que tentei me matricular, a escolinha já estava fechada. O diminutivo “escolinha” é por conta da simplicidade da escola e das pessoas que trabalham lá. - Ok, tranquilo! Fica pra outro dia, pensei. Só que foram surgindo outros compromissos e esse outro dia não chegava nunca. Até que coloquei na cabeça que iria tal dia - Desse dia não passa, eu disse pra mim, e não passou.
Fiz de tudo! Escapuli mais cedo de uma reunião que resolveu se estender, ignorei meu sono, liguei na véspera do dia agendado pra confirmar minha ida. Fiz de tudo mesmo, até paciência tive para o engarrafamento que peguei no início e no meio do caminho. Eis uma lentidão de trânsito como nunca tinha visto antes. Uma coisa de louco. “Parece uma coisa”, me pego falando alto.
Caminhei apressada até a escolinha e me deparo com o Fernando (o cara com quem combinei fazer minha matrícula) fechando a grade que protege a porta e uma singela vitrine musical. Segurei o gesto, dizendo que cheguei um tanto atrasada, mas que era sorte ainda encontrá-lo ali.
Sorte não, talvez um sinal de que eu tinha que mexer meus pauzinhos naquela hora para fazer aquilo acontecer. Eu disse que demorei, mas que estava ali. Ele riu, foi compreensivo e esperou minha reação depois de dizer:
- O computador demora horas pra dar sinal de vida, depois que desligo. E eu já desliguei.
- Sem problemas, eu disse. Espero o tempo que for, mas sairei daqui matriculada.

E saí, mas antes o Fernando ainda me veio com essa:
- É, o computador tá bem lento mesmo. Quando a dificuldade é grande, é porque é pra ser.
Eu o ouvi falando isso e, não sei se pelo costume do “não” mal encaixado no ditado, pensei ter escutado: “é porque NÃO é pra ser”. Não acreditei que ele estava me falando aquilo, perderia uma aluna com uma afirmação dessas? Me recusei a acreditar, rindo nervosa. “Como é? Não é pra ser?”
Para minha surpresa, ele defendeu sua ideia contrária à da maioria:
- Quanto mais dificuldades, mais porque é pra ser!
Engraçado. Parece mesmo que quanto mais queremos uma coisa, mais essa coisa se faz de difícil, e é difícil de fato. No entanto, o resultado a gente não perde por esperar (lutar). No fim da batalha é só emoção; se é que esse embate tem fim.
Se tá difícil pra você também, é porque é pra ser. Melhor: você vai fazer ser. E tome tento!

Glossário:
escapulir: sair sorrateiramente;
parece uma coisa: algo relacionado com o karma
e tome tento: prestar atenção;