domingo, 26 de outubro de 2008

Aos amigos


Sonhei em conquistar muitas coisas,
coisas que nem lembro,
que ainda não tive tempo.
Hoje sei,
tenho algo,
de um algo a mais

Lembro ter sonhado,
muitos amigos, alguns trocados,
viagens desnundando o mundo,
amigos, um amor do tipo "leandro"
todos juntos de mim,
independente de quantidade
repito: apenas alguns trocados,
e alguns amigos além do imaginável.

Sonhei, pensei
e Hoje eu tenho os maiores amigos.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Ortomudanças


Caro leitor, não ache isto aqui tedioso, existe alguém que lhe apóia, melhor, 'apoia', do verbo apoiar, não mais tem este acento nos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas ( palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).

Tranqüilo, ou melhor, tran-qui-lo.

Trema
* "não se usa mais o trema - sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui." (TUFANO, Douglas; pag 6 - Guia Prático da NOVA ORTOGRAFIA - michaelis).

É...isso é 'fre-quente '( obedecendo a mesma regra anterior, por favor).

São só algumas 'pequenas' modificações na ortografia da língua portuguesa.
E para quem já não sabia onde diabos pôr acento, hífen, o que é facultativo no uso de agudos e sons surdos, a coisa complica.

Ah:

"Atenção
quanto ao trema, ele permanece apenas nas palavras estrangeiras.Exemplos: Müller, mülleriano." Seja lá o que for, não cometa engano.


É certo que mudanças vem para o bem, principalmente quando o assunto é economia. A Educação "a gente resolve quando o PIB tiver bem estruturado".


Folheando o nosso orientador de como se escrever certo num país analfabeto...vejamos...

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Testemunha de mim


Nasci para esse universo, habitado por notas musicais. Tento fugir, fingir que o microfone não é pra mim. Talvez não faça parte da minha escolha. É só hobby, dom desperdiçado. É certo que há muito o que lapidar. É bom sussurrar pra si mesma o que há para melhorar. Sempre faço isso, é hábito, desejo de crescer.

Desafinei, tremi os lábios. Bem, espero que ninguém tenha ouvido. Afinal, cantei só pra mim, sou a única testemunha das notas que percorrem o ar. Seria capaz de me arriscar novamente? Reencontrar o palco, os jogos de luzes, a platéia improvisada. Sentir a emoção de ser ouvida, aplaudida. De fato, aquele sentimento era único, jamais o senti novamente. Era invasor, sonho de uma sonhadora perdida.

domingo, 19 de outubro de 2008

Quem a gente gosta


Difícil definir
quem a gente gosta
Pode faltar adjetivo
E ainda assim
pode ter muito sentido

Porque quem a gente gosta
A gente faz questão de citar
seja pelo meio internet, pessoalmente
a gente nunca esquece

O comentário vem de improviso
Difícil selecionar palavras
para definir quem traz tanta graça
e amizade pra nossa estrada
Estrada cheia de placas, multas
que valem a pena transgredir,
o que importa é estar do lado
de quem a gente gosta

E assim eu sigo,
em caminhos perfeitos
ou tortuosos
lado a lado
de quem eu gosto

EleLê veza


Ele é a leveza do toque nas cordas do violão. É o batuque. A canção dita o ritmo do nosso amor alucinante, viciante.Eu desfruto da emoção, da qual brota felicidade. Ele, meu mantimento de cada dia. Preciso disso pra viver intensamente.
Ele é magia. Encanto recente. Presente mesmo distante. Está em mim como parte inseparável. Meu maior motivo , nessa atmosfera misteriosa. Meu amor tem a inicial da Lua.

"L" de :
leveza,
laço,
lírios,
língua.

de: elaine
para: Lê

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Quando desfaleço



"O FEITIÇO DOS ALPES" (óleo sobre tela) 110x81c

Quando desfaleço, uma névoa de pensamentos sombrios me perpassam. O que fiz e o que deixei de conquistar nem todos sabem, mas eu sei. Mergulho em mim e por um triz, quase o frio mórbido me congela. Os Alpes parecem aguardar minha chegada. Quero alcançar um dos picos, vontade de me ascender. O frêmito me atormenta, entre Gênova e Viena a distância é abismo.

Enfraqueço, amedrontada quase desfaleço completamente. Meus músculos demonstram uma força tênue e covarde que insiste em permanecer em mim, em quase todos aqui.

Eu não disfarço.

Aos outros, sou transparente.

A mim, sou sólida como uma rocha artificial,

ao mais leve toque me desfaço .

Sou rarefeita.

Lágrimas ressecam na minha face exausta.

Enfim, desisto. Deixo a escalada pra mais tarde.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Um trago do viver

Um trago de bem-estar
é bom pra lembrar

são tempos de amor
O ódio nem lembramos mais,
também são tempos de paz.

Inspirar. Expirar
Seguir o ritmo
natural do viver.

Pra falar a verdade,
queremos vários tragos
de felicidade.

Respirar o ar
deixá-lo nu,
sentí-lo disperso
dentro dos pulmões
suave, sincero
de um terno eterno

Inspire.
Espere.
Expire!

Sinta
o que é
viver.

Risco alheio

"Precisamos reencantar o mundo"

PEQUENO MANUAL DE FILOSOFIA PARA SOBREVIVER A UM PAPO-CABEÇA
Sven Orteli & Michel Eltchanineff


"Semblante atento e cenho franzido, o homem de gravata borboleta está silencioso. Raros monossílabos; suspiros e resmungos, se tanto. Mas há alguma coisa em seu semblante que gostaria de expressar- como dizer?-, uma espécie de sofrimento. Na verdade, ele está indócil desde o início do jantar. E eis que um irresponsável julgou propício queixar-se dos manuais( seis línguas, caracteres minúsculos, explicações falsamente esclarecedoras, desenhos que exigem a colaboração de um assiriólogo) das últimas do high-tech...o Gravata Borboleta intervém intempestivamente, enunciando com tristeza: "o senhor tem razão: precisamos reencantar o mundo" - em seguida se cala. Os presentes prendem a respiração e esperam a sequência. Nada.
...
Primeira garfada: o mundo foi encantado. As primeiras civilizações acreditavam na magia. Recorriam às postestades irracionais. O mundo era regido por forças atuantes, deuses, relâmpagos misteriosos e trevas. Os sacerdotes, feiticeiros, xamãs e outros videntes faziam o papel de telégrafos entre os deuses e os humanos. Mundo mágico, poético, mitológico, e super- romântico!

- O senhor quer dizer que o maravilhoso não existe mais? - pergunta você com candura.
- É mais complicado que isso - responde ele soturnamente.

Segunda garfada: o mundo foi desencantado. Esse processo, ..., começou hà muito tempo. Assim que os fiéis rechaçaram a magia, qualificada de superstição, o desencantamento adveio. No início, os profetas judeus abalaram o poder dos sacerdotes ao estabelecer uma relação pessoal com o Todo-poderoso. A magia não era mais uma técnica de salvação. Em seguida, o movimento ganhou impulso inexorável com o protestantismo, no século XVI, que pôs por terra todos os sacramentos tradicionais, manifestações sacralizadas do divino. ...Ninguém precisava mais de padre para absolver, para promover a redenção e a esperança de misericórdia.
...
Daí uma terceira garfada de torta de creme: precisamos reencantar o mundo, polvilhar nele um pouco de magia. O indivíduo contemporâneo chegou ao fim de sua autonomia. Por acreditar apenas em suas próprias forças, destruiu seu planeta e não suporta mais seus semelhantes. Sente saudade das religiões, que o ajudam a pensar e viver. Quer se volte para o budismo, a jardinagem, a leitura de Paulo Coelho ou do Código da Vinci, ele exprime uma necessidade de reencantamento. Trata-se de reencantar o mundo sem voltar à superstição ou ao mero fanatismo. ..."

sábado, 11 de outubro de 2008

Ficou azul



Ficou azul
Juntei a luz de cada um
e ficou dessa cor

Meus amigos,
minha família
Eles são assim,
nesse tom

Eles reluzem
e eu nem sei
que cor eu sou
misturei tudo
lá em cima
o divino sorriu
pois ficou anil

Nós somos nuvem
juntos, percorremos
o território celestial
encobrimos a Lua
só pra chamar a atenção
de quem não mais recorda
os tempos bons

É céu,
é nuvem
É tudo cor

quando estamos juntos
geograficamente, ou de coração
a sensação que fica é anil
Pra quem já viu,
é dispersão
do que há de bom

Risco dele


Ela não se importa
Contando os pontos
Dos seus ponteiros
A todo tempo


Quando não gosta
Se faz de morta
E fecha a porta


Escolher perder
Fingir que não quer ver
O quanto tem a olhar
Com tudo a aproveitar


De impaciência
Já não se aguenta
E tranca tudo a sua volta


Quando me encontra
já quase tonta
destranca tudo
e abre a porta


Para mim
Para o mundo em volta de ti
Para mim
Para o mundo em volta de ti
Para nós"

Impaciência - Leandro

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Intrínseco a mim


Intrínseco a mim
Ele é minha cor
O aroma que predomina na brisa
É estranho, quase um dano
Um vício constante, insano
Ele é minha essência,
fusão de gozo e inocência

Roubou minha independência,
Tolero tudo, menos viver sem ele
Sem ele tudo é em vão
Me condiciona, me emociona
São lágrimas de contemplação

Ele. Intrínseco a mim
É caso inebriante
Veneno e remédio
em uma só cápsula.
Procuro a bula
pra ver se existe
grandes contra-indicações
Descubro que só ele
é minha cura.

Intrínseco a mim,
ele é meu amor.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

cri - cri cri zi


cri - cri - cri
o grilo critica
o silêncio ou a crise?

O Mr.$ não vai muito bem
parece não resistir
dominormente levará todos
a sucumbir

O Mr. $ é a base
da sociedade, então
não é você que o abandonará
neste momento
é casamento, na alegria e na tristeza
no bolso gordo ou no barco náufrago

O mar
não manifesta-se revolto
Só o grilo insiste no
cri - cri - cri
ele tem pequenas dimensões,
no entanto é petulante

Mr. $, cadê a sua astúcia?
Em meio à cri- cri zi
será crime
ou gripe?
Levaram tudo
até as vestimentas

dó- mi- nó
todos dançam
a mesma música

é...
cri- cri- cri
o ritmo dó-mi- nó impera
são tempos frios








Ops!
cadê o grilo
Que não mais protesta?
Alguém o confundiu com o Mr.$!

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Riscos alheios


A origem do termo: "Carbon Neutral"

segundo o PEQUENO MANUAL DE FILOSOFIA PARA SOBREVIVER A UM PAPO-CABEÇA.

(Sven Orteli & Michel Eltchanineff)

"... - O planeta está se transformando numa vasta estufa e tudo é uma questão de equilíbrio: um pouco de CO2, mantém a atmosfera numa temperatura apropriada ( 15o C em média), sua ausência liberaria calor no espaço e faria a temperatura baixar para cerca de -18o C; em contrapartida, um excedente abundante faria os oceanos ferverem", você ( cada vez mais pedagógico, você está impossível) diz: "A tendência está no limite.

Eis porque alguns sabichões ( a sociedade Future Forests) imaginaram, há uns 10 anos, propor a seus clientes que estes se tornassem 'carbon neutral': tratava- se de compensar toda a emissão induzida de CO2 plantando árvores.

É compreensivo que a idéia tenha florescido ( com trocadilho); há algo de edênico nisso tudo. O problema com esse bláblablá de árvores é que, no plano científico, a técnica é no mínimo duvidosa.

O carbono armazenado nas árvores é frágil e ninguém é capaz de prever quando um reflorestamento destinado a absorver CO2, irá liberá-lo. No plano político, a ladainha das incertezas não tem fim, mas a principal é a da equivalência poluição-compensação, que é, em suma, uma autorização para vomitarmos CO2.

Você ficou satisfeito com sua demonstração e atribui o frêmito das narinas de sua interlocutora a seu extremo interesse. ... Triunfal , você conclui esclarecendo que abdicou de seu carro porque a redução do uso de combustíveis fósseis lhe parece o método mais seguro. Porém, enquanto busca nos olhos da parceira o fulgor de admiração que julga merecido, um chato do outro lado da mesa pergunta estupidamente ao objeto de seus anseios se ela continua no pós-doutorado de climatologia de Harvard."

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Uma dose de loucura, por favor


- Garçom ! Amigo, amigo...
me traga uma dose de embriaguês.

Nessa dose vou de encontro ao ócio
mergulho, revivendo o inconstante.
A saída . A entrada . Não distinguo bem agora.
Quero mais, vivo menos.
Cansei de doses de lucidez.

Vivo, vejo a vida mais clara
Quando o ocidente e o oriente se encontram
a rotina fica mais leve,
a retina não reluz
e mesmo assim é tudo luz.

Leve. Me levo
no vento da inconsciência alheia
Não preciso de inspiração,
é substância correndo na artéria
é piração, perdi a nitidez
descompassei o ritmo do órgão pulsante
desfoquei o instante


Chega de regras, o certo e o errado se equivalem
neste mundo à fora. É tudo graça, só tem pirraça.

- Garçom, onde está a dose que eu pedi?
A minha dose de loucura pede bis.

domingo, 5 de outubro de 2008

Lágrimas do desperdício


Era a primeira vez que eu veria de perto um atentado contra a raça humana e a prole da gestação mãe natureza. A vítima repousava, reluzindo deitada em seu aposento lá em cima. De baixo ninguém lhe via. Eram raras as visitas. Agentes de saúde iam de vez em quando verificar se nela continham algumas impurezas, hóspedes indesejados.

Voltando ao foco deste pequeno, mas traumático relato, a trama desenrolou- se no banheiro de um clube esportivo. Seguia conformada, minha rotina. Pego sacola, retiro toalha e tudo que preciso para uma boa higiene corporal. Aqui está a matéria-prima : H2O. Deixo-a nas encanações enquanto me preparo. Daqui a pouco o chuveiro vai jorrar esse elemento essencial à vida. Procuro economizá-lo ao máximo. Cada gota, cada respingo é ouro. Estou agora procurando o shampoo.Corro, pois já estou atrasada, almoço em 10 minutos, em seguida, trabalho!

Infelizmente, minha privacidade é invadida. Chega uma visita inesperada. Não tenho curiosidade de ver quem é, mexo na sacola procurando outra coisa. A minha companhia repulsiva executa ações semelhantes às minhas. Em segundos, vejo que não são tão semelhantes asssim. Ouço um barulho agonizante. É ela, a vítima indo de impacto ao azulejo. Os sons que emite é quase um choro, pedido de socorro. A visita teria realmente feito aquilo? Atônita eu tento amenizar minhas contestações de influência greenpeace. Após alguns segundos, que mais pareciam horas intermináveis, eu decido interferir. Não seria cúmplice de tamanha crueldade e desrespeito à vida de milhões dependentes de cada molécula H2O derramada. A mãe natureza sangrava. Eu estava prestes a cortar minha distância da visita, agora, repugnante( eu segurava a ânsia de vômito). Fiz uma simples pergunta:

- Por que você não está embaixo do chuveiro? Ao que ela respondeu:

- Ah. Está quente. Meu médico disse que eu fizesse isto. É minha saúde!

Incrível não?! A saúde da “pobre” moça estava em jogo. A água que estava fresquinha, aliás, na temperatura ideal para a pele, estava jorrando junto a lágrimas do desperdício. O mundo inteiro parecia chorar. A moça preservava o seu bem-estar, talvez até consciente do que estava a fazer. A saúde, não dela, mas do mundo, estava em jogo.

Para
minha tristeza, presenciei o mesmo ato criminoso por duas vezes. Estava de braços, pernas, língua atados. Não havia argumento algum que convencesse a ignorante assassina. E assim caminha o mundo, cheio de criminosos afetando vidas presentes e futuras.