quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Esta minha outra.

Depois do "choque" da realidade, agora ando marcando encontros com uma tal de "Elaine sem ele". Ela é estranha, mas ainda assim é Elaine. Uma Elaine que tenta incluir no seu vocabulário esta palavra que a indicaram:


re·si·li·ên·ci·a

(inglês resilience)
substantivo feminino
1. [Física]  Propriedade de um corpo de recuperar a sua forma original após sofrer choque ou deformação.
2. [Figurado]  Capacidade de superar, de recuperar de adversidades.


Mas essa Elaine aqui não volta à forma original não. Impossível. Relacionar-se com alguém nos modifica pro resto da vida, principalmente se tivermos mergulhado de cabeça no universo do outro. E mesmo que depois você tenha resolvido boiar um pouco pra recuperar o ar. Afinal, sua individualidade precisa de oxigênio. Talvez o outro interprete mal ou você mesmo se entenda mal e ache que isso é egoísmo. Mas às vezes nem é. Depende. Tem que olhar o nível de profundidade.

A "Elaine sem ele" desceu da topic no meio do caminho de casa e foi ao shopping ontem à noite. Foi sem planejar o que fazer. Foi disposta a se surpreender consigo mesma. Quer enxergar coisas que nunca viu antes. Ela caminha com as mãos livres e depois de mãos dadas com as dela mesma, e logo logo solta as mãos de novo, pra em seguida se dar as mãos outra vez. Quer dizer, uma confusão só. Uma crise de identidade feita com as próprias mãos. 

A Elaine que nunca se importou de andar com molambos, virou hoje "Elaine sem ele" comprando roupa nova. Seu reflexo surgiu no provador da loja ainda um tanto apagado, mas com sincera intenção de ser propriamente um reflexo à medida que o tempo for passando.

A Elaine disforme olha bem pro espelho e resolve tentar mudar o lado em que o cabelo é partido. Joga os fios lisos para trás e tenta dividí-los ao meio no centro do couro cabeludo. Mas as madeixas ficam tumultuosas por enquanto.

O cabelo parece feio, sem jeito e desengonçado. Não sabe aonde vai, o que quer, muito menos de que cor é. Tiraram cada fio de cabelo da rotina. Esses demoram a se habituar com o novo penteado. Desconfio que, a partir de agora, eles tenham medo de cair no mau costume para não se rebelarem tanto, caso haja uma próxima vez.

2 comentários:

Jaqueline Freitas disse...

Aproveita essa nova fase e se descobre, se descubra e se renove, invista em você...

Adoro os teus textos!
:)

Elaine Pacheco disse...

Ow! Pode deixar, Jaque! Já tô aproveitando. É assim que a gente reforça que família e amizade é tudo nesta vida! <3
Brigada pelo carinho! =*