domingo, 29 de janeiro de 2012

Carinho por algo

Quando a gente tenta, incansavelmente, melhorar algo - é sinal de que o carinho por esse algo é grande e saudável pra gente. Mudei de novo a aparência do meu blog e outras coisas de mim também.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Da espontaneidade dela

A Larinha, esperando comigo e o irmão que o shopping abrisse, começa a brincar com um neném ao lado, no colo da mãe.

Eu: - Olha, ele gostou de ti!
Ela: - Todo bebê gosta de mim, não sei por que.

A mãe da criança olha simpática pra gente.

Ela: - Eu brinco desse jeito com o cachorro da minha amiga.

A mãe vira a cara, e eu me limito a dizer, já não me aguentando de tanto rir:

- Meninaaa! Não se diz isso!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

" Branca?! "

- Sim, é branca a minha mochila!

- Bonita ela, mas é branca!

- Eu sei que suja rápido (...) Se sujar, quando tiver bem suja, eu lavo!


Tá, tá, não vou mentir que, antes de bater o martelo pela compra dela, pensei bem nisso, no esforço que eu precisaria fazer para mantê-la sempre com aparência de nova e lim-pinha. Eu sabia que mentira seria eu jurar pra mim mesma que a lavaria toda vez que surgisse uma manchinha de nada. Logo, só prometi mentalmente que nunca a tiraria dos meus ombros para colocá-la no chão, pensando em aliviar o peso sobre mim. Não pensei nisso para prevenção da sujeira a qual ela estaria sujeita, porque é normal coisas ou pessoas brancas de pureza se corromperem ao longo do caminho e se sujarem também. Do contrário, seríamos ingênuos e bobos até o fim de nossas vidas. Não perceberíamos duplos sentidos nas coisas; não enxergaríamos maldade em nada. Enfim, seríamos uns indefesos.

Então, só fiz a promessa de manter minha mochila branca-suja sempre suspensa nos meus próprios ombros, porque o legal é sempre levar com a gente nossas bagagens, tanto as boas quanto as ruins. Não podemos simplesmente ignorar o peso pesado dos maus bocados se são esses que nos preparam pra vida. Não é só jogar a mochila de lado, e deixar os problemas esperando até você criar coragem para carregá-los novamente.

Somos todos uns brancos meio sujos; que nem minha mochila transparecendo as manchas que deixei cair sem querer querendo, como o sorvete que cai na blusa e a gente só nota o estrago depois.

Mas há ainda os que preferem preto, porque disfarça bem as imperfeições. Mal sabem estes que o bonito é mostrar o que não é perfeito com o destaque que dá o plano de fundo branco. Assim, os outros notam rapidinho o que falta em você e o que tem neles pra complementar o seu "você".

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Aqueles dias

Tem dias que eu procuro meio que ansiosamente uma música perdida entre tantas canções do mp3. Fico aflita em busca daquela canção que desenhe na boca um sorrisinho de leve ou daquelas que jogam ciscos imaginários nos seus olhos e você tem que disfarçar o choro em público.

Esses são os dias em que a sensibilidade me abandona por uns bons instantes; cansa de mim e desaparece sem mandar notícias. Sim, ela me deixa só às vezes. Fico só comigo mesma, pior, com alguém que não parece comigo.

Hoje eu tentei resgatar o ânimo com Led Zeppelin; sem resultado, pensei: " É, é um caso pra se preocupar". Aí o meu dedo polegar nervoso e um tanto frustrado pressionou o mp3 e encontrou a "Gal Costa Novelas". Fiquei esperando uma lagrimazinha que seja molhar meu rosto sem expressão e tão frígido quanto o de uma defunta ( tá, já bati na madeira).

Dei chance pra Gal e, em troca, ela me deu uma paz sem tamanho. Escutei mais um pouco até que surgiu na sequência a "Sorte". E assim, a sensibilidade veio junto com o sorrisinho de leve no rosto e no coração. Eis a letra que na voz dela fez o milagre em mim:

" Tudo de bom que você me fizer, faz minha rima ficar mais rara
O que você faz me ajuda a cantar! Põe um sorriso na minha cara.
Meu amor, você me dá sorte! Meu amor, você me dá sorte!
Meu amor, você me dá sorte na vida!
Quando te vejo não saio do tom, mas meu desejo já se repara!
Me dá um beijo com tudo de bom e acende a noite na Guanabara!
Meu amor, você me dá sorte! Meu amor, você me dá sorte!
Meu amor, você me dá sorte de cara!"

domingo, 22 de janeiro de 2012

Diariamente


Diariamente acontece em todas as praias do planeta a cerimônia do casamento do Mar com o Céu. Só pode ser. Ora, você não já reparou não, como as ondas do Mar são na verdade um grande e espaçoso véu de noiva? Já notou como as noivas são espaçosas?

Os convidados ficam com receio de pisar, sem querer, naquele tecido tão delicado quanto simbólico. Fui a um casamento um dia desses em que a daminha pausou o passo, esboçando no rosto uma expressão como de quem entra numa fria e passa um bom tempo pensando numa solução imediata. A pequena dama ficou ali, separada dos noivos pelo véu; ficou pensando no que faria para que as alianças chegassem até o casal. Eu, que estava mais perto, testemunhei o olhar aflito que a menininha lançava para os noivos. O noivo já não continha as risadas quando, felizmente, resolveu-se o impasse. O carinha que estava filmando guiou-a, de forma que circundasse o véu como quem anda à beira-mar.

Fico pensando em como o casamento do Mar com o Céu é diferente desse. Não há formalidade e nem frescura alguma. Os noivos fazem é convidar a gente pra pisar, e até pular sobre o véu (a onda). Parece até que a gente também casa com eles.

P.S:

A minha amiga Larinha, uma menina linda de 10 anos, me deu sua opinião sobre esse texto. Sugeriu que, no fim, eu aconselhasse você, escrevendo mais ou menos assim:

" Não separe esse casal. Não jogue sujeira, se não você vai estragar o casamento mais bonito que já vimos. Então, deixe eles viverem felizes para sempre como nos contos de fada!"

Ah, se der, comente aqui o que achou do fim do texto. A Larinha está ansiosa pra saber. Bem, de qualquer forma, já garanti a ela que você vai adorar, afinal, quem não gostaria de preservar melhor o planeta?!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

É amanhã

Amanhã completa-se mais um ano da minha pequena existência nesse mundão tão imenso, tão repleto de outras existências que cruzam com a minha. Feliz aniversário pra mim! Já me auto-presentiei com coisas materiais e tantas outras sentimentais.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

E aí, como é?

Tenho um amigo-irmão meio durão, mais parece um vilão. Mas que bom que as aparências enganam sim.

Outro dia perguntei a ele a pergunta que sempre faço: "como é a sensação de ser mamãe ou papai de um nenenzinho assim?". Eu esperava que ele seria sucinto na resposta, como todas as outras pessoas que já foram alvo dessa minha pergunta tão difícil de responder. Então eu esperava que ele dissesse apenas: " É muito bom!", e ao mesmo tempo aquele olhar cheio de amor só de lembrar. Bem, o olhar ele fez, só na resposta que ele veio todo inspirado, despejando pensamentos que só um pai de uma filha linda é capaz de formular. E aí ele disse:

" - Minha vida não tinha sentido antes. Mas eu não era depressivo por causa disso, porque é normal a vida não ter sentido, até a gente ter um nenenzinho pra cuidar. O sentido da minha vida é viver pra cuidar da neném."

Se você me conhece bem, eu nem preciso confessar que um monte de ciscos caíram nos meus olhos, e que a vontade de ser mamãe um dia se sentiu muito bem alimentada e acalentada, bem aqui, no meu interior.

sábado, 7 de janeiro de 2012

A história do Calo

Calo. Desta vez, escrevo sobre calo; calo mesmo e não um calo conjugado do verbo calar, até porque já não tenho cara de me calar toda vez que um grande amigo insiste:

" - Escreva, escreva uma crônica do calo lá no blog!"

É esse meu amigo que me ensina o quanto é bom conhecer a história de vida das pessoas, muitas vezes tão próximas da gente, mas que não paramos pra sentar e puxar uma conversa mais profunda, digamos que filosófica. O meu amigo sempre me diz:

"O Fulano tem uma história bem interessante. Converse com ele, que ele vai te contar"

Mas eu nem preciso investigar, depois de dizer isso, ele vai relatando uma sinopse da biografia daquela pessoa e de outra pessoa, aponta para outra pessoa na mesa e conta, para outra e mais outra. Tantas histórias e eu me esforçando pra que não me escapem da memória depois. Mas uma, em particular, foi a que mais prendeu minha atenção: a história do homem de Q.I elevado. Tá, onde entra nessa história o tal do calo? Entra nos assuntos de pauta das reuniões do emprego dele.

Toda manhã ele reclama do calo no dedo mindinho e da unha encravada do dedão. Ele culpa o sapato e pode até pensar: "Só uma cachaça pra me fazer esquecer desse bendito calo!".

Ah calos para nos incomodar. O curioso é que todo o mundo tem um, não necessariamente no pé, e esses são os piores.

Calo é assim: se você tenta andar com classe, aquele negocinho ardoroso o impede de seguir em frente de forma confortável. E embora o calo esteja lá, deixando uma parte preciosa do seu pé em "carne-viva", você não deve parar no meio do caminho, diante da sociedade civilizada, e simplesmente "pendurar suas chuteiras" apertadas para prosseguir de pés descalços. Pegaria mal e confundiriam você com um mendigo. Ah, seria tão mais relaxante. Eu faria questão de procurar uma grama bem macia e infringir a ordem da plaquinha "Não pise na grama!"