sábado, 16 de novembro de 2013

A menina de verde de novo

E aí que eu fui conhecer Florianópolis e voltei com muitas histórias pra contar, mas uma delas eu guardei com muito carinho na memória. E me pego rindo sozinha às vezes. Como é digna de compartilhar, vamos compartilhar pensamentos e risadas.

Pegamos um ônibus, após muito tempo de espera, para conhecer as praias do Sul de Floripa. Ou eram do Norte? Dar ouvidos a mais de um nativo pode ser muito confuso. Um dizia que era melhor conhecermos as praias do Norte, já outro, não, "Sul, conheçam as do Sul". Ok, por via das dúvidas, conhecemos as duas. Um dia para cada. Bem, mas isso não importa agora.

O melhor da história aconteceu dentro do ônibus, que estava lotado, mas que eu tinha garantido meu assento. Até subir uma moça meio jovem, meio adulta de mãos dadas com seu filhinho (ai, não consigo chutar a idade dele, mas o que importa idade, né).

De supetão, pulei do assento e falei:

- Moça, sente aqui

O menininho me olhou com estranhamento ao ouvir eu chamar "Moça" e afirmou com propriedade:

- Ela é minha Mãe!

Eu tentei ficar na minha, mas pensei alto:

- Olha, que lindo. Todo orgulhoso dizendo que você é a Mãe dele.

Ela me olha, coberta de felicidade, e se prepara para acomodar o filho no colo. Antes de sentar, ele me analisa rápido, olha de volta pra mãe e, curioso, pergunta:

"- Mãe, por que ela tá vestida de tapete?"

(Eu tava assim):



Como eu poderia reagir, né. Ri e respondi rápido:

- Não, não. É toalha de mesa! (O que o deixou ainda mais confuso)

Mas a Mãe , morrendo de rir, cuidou de explicar melhor para o filho, já que eu não estava ajudando. Explicou que era roupa em crochê. "Lembra, filho? Mamãe já fez crochê"

Depois de rirmos horrores, a viagem foi só amor entre Mãe e filho. Conversavam de igual pra igual, como bons e velhos amigos, e eu achando isso lindo sem tirar os ouvidos e os olhos deles. Até que chegou a hora deles descerem. Não sei por que, o menininho ficou zangado com a Mãe. Não queria descer. Queria ficar por ali mesmo curtindo a viagem de busão. A mãe soube argumentar com a chantagem de que, se ele ficasse ali, não iria à praia. E eles se foram, levando meu brilho nos olhos junto.

Eu e minha turma descemos na parada seguinte. Curtimos uma praia diferente. Sol e vento frio arrepiando a pele. Um mar onde eu só consegui mergulhar os pés (de tão gelado que é). Retornei do meu clássico momento reflexivo de contemplação do mar com duas pedrinhas de gelo no lugar dos pés.

Passamos ainda um tempão "explorando" o novo território, embora sentindo um frio de rachar qualquer cearense. Nós, por exemplo. Mas tinha chegado a hora de partirmos dali, porque a noite de dança e diversão seria longa.

Retornamos para a parada de ônibus. Adivinha quem me encontra? O menininho passa na minha frente e fala com certo exagero:

"- Você de-no-vo, menina de verde?"

Eu caio na risada de-no-vo! Respondo em seguida:

- É sim, eu tô te seguindo. Te perseguindo!

Mas, aí, ele sumiu de novo. Quando chego no terminal, uma das amigas me fala que se esbarrou com ele por lá. E olha só, o menininho sentiu minha falta, investigando assim:

"- Cadê a menina de verde?"

Sim, a menina de verde aqui persegue crianças espertas e fofas pra ter histórias coloridas pra contar. =)

2 comentários:

suncityswing disse...

=D Muito legal menina de verde... acho até que esse menino fui eu um dia!!! =D

nofundodagaveta disse...

Duas fofuras: a menina de verde e o meninozinho sem idade e, felizmente, sem freios! Hihihi ♥