sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Como dias e noites

Como os dias e as noites,
eu vou e volto,passo rápido
Assim como o vento, que às vezes sopra sem força
E assim como a tempestade, chego na vida dos outros sem aviso

Algumas vezes você me verá sombria, assim, como quando as nuvens cobrem a Lua.
Certas vezes, me verá impaciente,fazendo tic-tac.s com o pé direito,à espera - na fila da felicidade

Se a calmaria me alcançar, é porque uma catástrofe já desabou sobre mim,
Se ver lágrimas deslizarem em mim, não descarte a possibilidade de serem feitas de alegria

Como dias e noites,me repito - torcendo para que me venha uma nova estação.
Como dias e noites,
vou e volto,
Sempre volto.

domingo, 16 de agosto de 2009

A menina que dança com as estrelas

Ela resolveu não ser estrela
Prefere arriscar passos em performance esquisita
Ela preferiu não alongar seus braços de elástico
Ela visitou aquele universo,
sem sequer desgrudar os pés de seu mundo muito menino
Ela ensinou o ritmo da emoção
àqueles pedacinhos de luzes da imensidão

Ela é essa menina que dança com as estrelas.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Os Reis Preguiçosos!


Reis Preguiçosos. Bem, de preguiçosos eles não tinham nada, pude apreciar o espetáculo, aliás, os espetáculos. Uma verdadeira e inovadora procissão dos amantes de artes cênicas.

Amei, amamos tudo aquilo: personagens transcendentais, imagens surrealistas, e todas aquelas pessoas felizes da vida, pois puderam estar de volta ao mundo da fantasia sem pagar um centavo pra isso, de certo que a maioria se sentiu tentado a comprar uma lembrança em forma de cd e blusa.

Nem me recordo da última vez que assisti a um espetáculo circense, se bem que circense não é a melhor definição para a companhia francesa que deu um pulo em Fortaleza dia desses; Fortaleza não, mais parecia que estávamos em outra época em um país desconhecido, com uma magia incontestável.

Reis Preguiçosos. Reis que exibiam encantos adormecidos em nossa alma.

Queríamos que o tempo parasse ali.
Queríamos viver só do imaginário que nossa criatividade, por alguns instantes desperta, nos permite.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Leve




Vem, nos leve, Leveza. De leve nos sequestre pra esse lugar,diferente daqui, do que já vi. Onde a gente pode respirar,sem medo de aspirar escuridão,onde cada folhinha, mesmo seca e desbotada, é essencial para compor o cenário surpreendente.

Leveza, você tem de nos levar para lá. Lá onde a gente também pode ser seco e desbotado.

sábado, 1 de agosto de 2009

A mulher dos churros


Churros tão doces são, principalmente aqueles da vendedora da esquina. Dizem que são os melhores da cidade, e a preços também adocicados. A mulher dos churros vende churros que de tão deliciosos se tornam meigos, dando até dó de devorá-los com toda nossa gula - necessidade voraz a tudo que nos proporcione um tantinho de alegria, passageira, mas alegria.

Naquele tímido ponto de venda, a vida, como sempre, apresenta seus contrastes. A mulher dos churros parece tão amarga, tão sofrida, e apresenta uma face exausta, impossibilitada de esboçar sequer um meio sorriso. Parece não responder a nenhum estímulo, inanimada.

Distraída,esqueço de entregar a moeda, ela fica ali parada esperando, e então sorrio um sorriso desconsertado já fazendo a troca, e ela, bem, ela não demonstra qualquer reação, nem mesmo de indignação momentânea pelo esquecimento.

Mulher amarga dos churros muito doces,até mais.