domingo, 25 de agosto de 2013

Vegetariana sim, vegana não. Vegetariana presenteada, pra que mais?

Em junho deste ano eu completei 1 ano de alimentação vegana* 

*( queijo, não pode!
    leite, não pode!
    iogurte, não pode!
    Ovos, não pode!
    A clara do ovo? Não, também não!
    Mel, pode? Não!
    Nem peixe? Também nem pode!)

 Quem optou por uma alimentação assim, seja por n motivos, vive ouvindo essas duas palavrinhas "não pode!", geralmente de forma interrogativa ou como quem recupera a memória: "Ah, é. Isso tu não pode!" Mas o ideal seria ouvir "Ah, sim. Você não quer!" Já que não é porque você não pode, é porque você escolheu, decidiu não querer. 

Você não tem intolerância à lactose nem à carne nem a onívoros ou "carnívoros" (como os onívoros costumam dizer). Pelo contrário, você passa a treinar bastante sua tolerância**.

**2. Boa disposição dos que ouvem com paciência opiniões opostas às suas.

Tá certo que existem aquelas pessoas que não praticam essa tolerância. Não toleram onívoros/carnívoros afirmando ou perguntando bobagens ou não bobagens a respeito do tema. Certo é que não se deve viver num clima de guerra de onívoros/carnívoros versus vegetarianos/veganos***. Não há critério para definir que um ser é melhor do que o outro. São apenas escolhas diferentes.

***Mas o que é afinal ser vegano? Copio e colo abaixo algumas informações básicas:

A Ideologia Vegana:

Veganismo é uma ideologia baseada nos direitos animais que obviamente pressupõe uma alimentação estritamente vegetariana. A ideologia vegana boicota qualquer produto de origem animal (alimentar ou não), além de produtos que tenhamsido testados em animais ou que incluam qualquer forma possível de exploração animal nos seus ingredientes ou processos de manufatura.

Para o vegano cada animal é um ser senciente dono de sua própria vida, tendo assim o direito de não ser tratado como propriedade (enfeite, entretenimento, comida, cobaia, mercadoria, etc).

No vestuário, os materiais de origem animal como pele,couro, lã, seda, camurça ou adornos de pérolas, plumas, penas, ossos, pêlos, marfim, etc) são preteridos, pois implicam a morte e/ou exploração dos animais que lhes deram origem. Veganos se vestem de tecidos de origem vegetal (algodão, linho, etc) ou sintéticos (poliéster, etc).

Na alimentação são vegetarianos estritos, ou seja, excluem da sua dieta carnes, gelatina, laticínios, ovos, mel e demais alimentos de origem animal. Consomem basicamente cereais, frutas, legumes, vegetais, hortaliças, algas, cogumelos e qualquer produto, industrializado ou não, desde que não contenha nenhum ingrediente de origem animal.

Evitam o uso de medicamentos, cosméticos e produtos de higiene e limpeza que tenham sido testados em animais. Alguns optam pela fitoterapia, homeopatia ou qualquer tratamento alternativo.
Veganos defendem o surgimento de alternativas para experiências laboratoriais, como testes in vitro, cultura de tecidos e modelos computacionais.
São divulgadas entre a comunidade vegana listas de marcas e empresas de cosméticos e produtos de limpeza e higiene pessoal não testados em animais.

Circos com animais, rodeios, vaquejadas, touradas e jardins zoológicos, também são boicotados pois implicam escravidão, posse, deslocamento do animal de seu habitat natural, privação de seus costumes e comunidades, adestramento forçoso e sofrimento. Não caçam, não promovem nenhum tipo de pesca, e boicotam qualquer “esporte” que envolva animais não-humanos. Muitos seguem o princípio político da não-violência.

Veganismo na Prática
Citando o filósofo Carlos Naconecy “Vegetarianismo/veganismo é menos uma questão de pureza pessoal do que uma atitude que tenta minimizar a exploração de animais – minimizar porque a eliminação dessa exploração é impossível: a vida no mundo urbano de hoje, tal como a conhecemos, depende do uso de animais. Em outras palavras, nenhum de nós pode se dizer vegano – todos nós apenas tentamos ser veganos.”

O exemplo mais claro disso é o do uso de pneus por parte de veganos/abolicionistas. “Consta que o ácido esteárico, oriundo principalmente da gordura animal, é usado, entre outras coisas, na vulcanização da borracha dos pneus. Ao ser informado sobre isso, o militante ver-se-ia obrigado moralmente a se mudar para um local onde o uso de pneus não fosse necessário – por exemplo, uma ecovila autossustentável.”

Veganismo, segundo seu criador Donald Watson, é uma filosofia e um modo de vida que busca excluir as formas de exploração e crueldade aos animais… É uma atitude de respeito pelos animais. Os ativistas devem fazer tudo o que puderem para viver o mais eticamente possível conscientizando as pessoas para a importância da vida de qualquer animal, humano ou não.  A idéia é mostrar que todos animais sofrem tanto quanto os homens e que se nenhum homem gosta de sofrer os animais também não.

De onde tirei isso tudo:

Quem leu o item acima "Veganismo na Prática", vai entender que sou apenas uma vegetariana que tenta ser vegana, já que até no pneu tem algo de origem animal. Enfim, a gente faz o que está ao nosso alcance para respeitar o próximo e as outras espécies.

Mas o que eu ia relatar mesmo nesse post era outra coisa. Isso sempre acontece comigo. A princípio, penso em escrever determinada coisa e de repente já me vejo direcionando o texto pra outro lado. Mas o que vou relatar tem tudo a ver com o que escrevi aqui até agora. 

Por coincidência ou não, ganhei meio que um presente nesse aniversário de 1 ano de vegetarianismo. Eu estava na fila de espera do caixa do supermercado e havia uma senhora sendo atendida na minha frente. Ela foi com o dinheiro contado, certinho para uma compra supostamente planejada. Ela tirava a mercadoria da esteira e entregava pra moça do caixa, sempre checando o preço que dizia na tela do computador. Ela parecia estar apreensiva - se imaginando presa ali sem poder pagar a conta-. Muito prudente, ela pensava bem e recontava o dinheiro que tinha na sua bolsinha. Permaneceu assim até que só restaram duas coisas na esteira do caixa: 

- 1 (uma) margarina
- 1(uma) bandejinha de isopor com linguiças Sadia. 

Sem aquela senhora notar, fazia tempo que eu também verificava a tela do computador um tanto receosa por ela. Acho esse gesto de ir às compras com dinheiro contado tão louvável que fiquei ali torcendo por uma consumidora consciente. Sabia que haveria um jeito daquela comprinha dá certo. 

Pela indecisão da senhora do dinheiro contado, percebi que ela teria de escolher entre a margarina e as linguiças Sadia. As linguiças estavam custando R$ 2,75. A margarina, não lembro. Eis então o meu presente: ela abandonou a bandeja de linguiças no final da esteira e entregou a margarina pra moça do caixa. 

Coisa linda de se vê: linguiças SADIA rejeitadas pela senhora do dinheiro contado. Considerei um presente e comemorei assim meu aniversário de 1 ano.

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