domingo, 9 de março de 2014

Quando deixamos de acreditar em nós mesmos?

A gente se basta. Temos mil e um potenciais para usá-los como ferramentas de uma máquina de mudanças. Alguém me responde quando foi que deixamos de acreditar em nós mesmos?

Texto meu também publicado em: http://twentyweeks.com/

Terminou o Carnaval. Querendo ou não, terminou. Se os planos para 2014 listados no fim do ano, por algum motivo, se enclausuraram no papel, é tempo de resgatá-los, como quem estende a mão e fala: - Venham, sem medo! Acho que isso é o que chamam de sair da zona de conforto. Vamos parar de fingir que tá tudo bem, por favor. É hora de nos colocarmos em primeiro lugar, de sermos egoístas. Egoísmo* saudável, claro, e sem precisar passar por cima de ninguém, a não ser de você mesmo.
Você desse jeitinho aí, com todos seus medos monstruosos feito bichos de sete cabeças. Você, com todas essas vozes pessimistas ecoando dentro de si. Você dependendo de você. Você, apenas. A consciência disso não deveria nos amedrontar tanto. A gente se basta. Temos mil e um potenciais para usá-los como ferramentas de uma máquina de mudanças. Alguém me responde quando foi que deixamos de acreditar em nós mesmos?

Se você não acredita em você, não há cristão no mundo que deposite alguma confiança na sua pessoa. Se acreditar e investir em si mesmo significa correr riscos; se é derramar litros de lágrimas da dor que causa o medo; se quer dizer não saber com precisão como será o amanhã, que seja! Que se pague esse preço! Creio que custa caro batalhar para ser você mesmo nesse mundão confuso.

Dia desses, por curiosidade, me incluí numa roda de um grupo de oração católico. Foi na garagem da casa da amiga querida. Uma atmosfera de energia do bem concentrada no amor pairava por ali. Eu pude sentir isso tão forte que um arrepio me veio do couro cabeludo ao dedão do pé.

Todos, em conjunto, acreditando na força da fé por dias melhores. Ao fim das orações, um senhor deu seu depoimento e comentou com pesar, sobre muitos e muitos anos de trabalho na área de risco da Viação Aérea de São Paulo (VASP), até que um dia procurou seu chefe, muito decidido a sair dali. Houve certa relutância do mesmo, mas deu certo. Em sua despedida a maioria se dirigia a ele profetizando que passaria por maus bocados, com a força da expressão popular daqui, ele iria “comer areia”.

Uma pessoa o abraçou com admiração dizendo: - Parabéns! Você está fazendo o que eu nunca tive coragem de fazer
Com isto, encerro esse texto sem mais. 

*e·go·ís·mo 
(francês égoïsme)
substantivo masculino
Amor exclusivo à pessoa e aos interesses próprios.
"egoísmo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa 

Um comentário:

Margareth (Margô) disse...

Texto profundo Elaine. Parabéns!

Sabe, acredito que deixamos de acreditar em nós mesmos quando deixamos de lutar por aquilo que queremos, que sonhamos, por vários motivos. Alguns cabíveis. Outros não!