quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Da janela de Shakespeare

JULIETA

É só seu nome que é meu inimigo:
Mas você é você, não é Montéquio!
O que é Montéquio? Não é pé, nem mão,
Nem braço, nem feição, nem parte alguma
De homem algum. Oh, chame-se outra coisa!
O que há num nome? O que chamamos rosa
Teria o mesmo cheiro com outro nome;
E assim Romeu, chamado de outra coisa,
Continuaria sempre a ser perfeito,
Com outro nome. Mude-o, Romeu,
E em troca dele, que não é você,
Fique comigo.

ROMEU

Eu cobro essa jura!
Se me chamar de amor, me rebatizo,
E, de hoje em diante, eu não sou mais Romeu.

(p.50-51; ROMEU E JULIETA - Saraiva de bolso)


Deve ser por isso que, quando meu amor me chama de "Elaine" - quando tá com raiva -, eu acho tão estranho:

- Não me chame de "Elaine"!
Chega a ser quase uma ofensa.

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