segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

"- Cala a boca já morreu, quem manda na minha boca sou eu!"

Diz a pequena tagarela, que não liga se é banguela, que ainda faz questão de soletrar, embora já tire de letra o bê a bá das placas que passam rápido pela janela. Segue a viagem toda tagarelando tanto, que a própria língua atropela.

Enquanto nós, gente grande, só lembramos da nossa língua, no máximo, quando comemos apressados e a queimamos. Afinal, crescemos ouvindo: "Quem cala, consente." Fomos educados a nos acomodar, a deixar que outro alguém decida por nós. Assim, calados, nos poupamos de maiores esforços. Teriam os pais uma parcela de culpa nisso? Teriam eles, não por mal, pulado a fase de crescimento dos filhos? Disso não sei, mas conheço uma menina tagarela que só ela.

Dá voltas e voltas a menina, mas sempre volta. Tem nas mãos a Imaginação, no pé a poça da chuva. Fala tão rápido quanto cresce e, como toda criança, quer mais é sua atenção quando faz biquinho dizendo no idioma do chororô: " - Eu só quero o seu amor por vinte e quatro horas!"

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