
O céu chora, e tudo é tão de repente
O tempo triste é anunciado pelo cinza
A ventania dramatiza a mudança
O frio, sem piedade, atiça nossos poros
Os pêlos são espinhos, como os da rosa
Tudo que é belo uma hora revela sua face enfurecida
A rotina dá lugar a um espetáculo
O relâmpago fotografa, as cortinas de nuvem são abertas
E o céu passa a verter lágrimas, o clímax vem ao som de trovão
O espetáculo tempestuoso desperta atenção da plateia,
que agora assiste à encenação verídica da qual fez parte da criação
A plateia somos nós, mais atuantes dessa teatral realidade,
do que os próprios atores sobre o palco, escrevemos o roteiro
A natureza é lágrima,
o céu soluça,
e nós engolimos nosso próprio choro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário