sábado, 1 de fevereiro de 2014

Universo paralelo do iPhone.

Eu fui pedir que dessem um trato nas minhas unhas dos pés, quer dizer, nos pés como um todo, num salão de beleza, em plena sexta-feira à noite depois do trabalho. Fiquei lá sentada e quietinha enquanto a manicure dividia atenção entre meus pés e a novela na TV, e olha que não era a novela das nove e seu último capítulo. Era outra, que não sei o nome; são muitas e não acompanho.

Sem o que fazer, 
(que é o que se tem pra fazer num salão de beleza quando: 
- você ignora a revista Caras ou outras do gênero; 
- você está sem paciência pros draminhas de novela rolando na TV de volume alto; 
- você resolve reativar a mente, enterrando o celular com internet - e todo o pacote que isso implica - sob os escombros que fazem volume em sua bolsa de mulher) 


Sem o que fazer, desisti de fiscalizar o trabalho que estava sendo feito em minhas unhas e passei a observar uma mulher sentada de frente pra mim. Ao contrário de mim, ela estava com o iPhone em mãos. Nas mãos, na cabeça, no pensamento, enfim, muito atenta àquele universo paralelo.

Tão atenta, que nem notou que a manicure tentou dar um abraço nela e que esta entrou em outra sala dizendo aos quatro ventos:

"Sou doida por ela. Faço tudo por ela!"

Bem, o comentário não me pareceu falso, de 'puxa-saco' não. 

Fiquei só analisando a moça intacta diante da tentativa do abraço e do anúncio de afeto que tinha acabado de receber.

Fiquei me perguntando o que havia de tão interessante na tela do iPhone da moça.

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