sábado, 16 de junho de 2012

Sobre Mar de Rosas, Alma gêmea e tampa da panela

Nós temos é que acreditar mesmo nessa história de fulaninho de tal é a alma gêmea da sicraninha ali. Sério mesmo, isso sim é sabedoria popular das mais astutas que já ouvi circular de boca em boca. Está comigo a Sorte da experiência própria que me leva a defender esse tipo de crença desse nosso povo cheio das espiritualidades.

Sabe aquelas coincidências extremamente coincidentes, em cujos fenômenos você está diretamente ou indiretamente envolvido? Pois é, não sei se com você, mas comigo sempre acontece disso: estou eu por ali, retornando pra casa à noite, depois do trabalho ou da aula ou da academia; caminhando tão borocochô em pedacinhos por conta do cansaço do dia, “muso” inspirador das constantes reflexões sobre a vida, a minha vida, da minha família, da mendiga até, logo ali na esquina, muito bem acomodada num papelão ( o que faz de mim uma reclamona sem causa, ou melhor, uma “caixa de reclamações” com porções de razões descartáveis, lá dentro, resmungando. Enquanto, na realidade, ando nadando num “Mar de Rosas”, aqui me entrego ao uso dessa expressão. Minha viagem é tanta que, diante da situação da mendiga, ali, e da miséria em geral, ponho-me a olhar as pontas de meus próprios dedos. Nesse simples gesto, quase consigo visualizar minha pele enrugada de tanto estar afogada na água cheirando à rosa do Mar de Rosas em que vivo mergulhada).

Voltando agora pra história de alma gêmea, além dessa minha sorte de ter acesso à educação, a emprego, a casa própria da família, a um quarto aconchegante, acontece de, quando no clímax do momento borocochô, no qual rola aqueles chô-ro-rôs que lavam as maçãs do rosto; enfim, acontece muito do meu aparelho celular vibrar, tocar e me mostrar na tela: “ Meu amor ligando...”ou “1 nova mensagem” dele. E toda vez que isso se repete, fico me perguntando: “ Como ele consegue adivinhar as horas em que mais preciso do amor dele?”

Quando não estou afetada por pessimismos bobos, minha primeira ocupação passa a ser o feliz pensamento nele. Eis outra frequente coincidência: a de pensarmos um no outro simultaneamente, o que resulta em: eu tento ligar pra ele, dá ocupado. Ele tenta me ligar, dá ocupado. Mas um de nós, que é menos impaciente, decide esperar e pronto! É o amor, certeza, é a tal da alma gêmea, da tampa da panela.

2 comentários:

Gugu Keller disse...

Normalmente, quanto menos temos de quê, mais reclamamos.
GK

Elaine Pacheco disse...

Com certeza, Gugu Keller! Então, eu sou normal, ufa! hahah Obrigada pela visita. Volte sempre! =)