quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Desligou-se

Reservou 1 semana pra não se cobrar tanto. Não escreveu o que deveria escrever, não leu o que deveria ler. Só resolveu escrever o que viesse à cabeça, assim não iria precisar recorrer a citações, coisas que os outros já disseram para embasar o que diabos estivesse ela pensando em balbuciar de forma escrita.

Certeza foi o remorso vir abordá-la, mas deixou-o lá incomodando e não fez nada por ele. Empurrou-o conscientemente para a região periférica da massinha pensante, assim como se esconde sujeira de baixo do tapete.

Aproveitou a breve folga que deu a si mesma e, depois de ativar seu reflexo automático nos afazeres do dia, jogou-se na rede, no sofá e aceitou passiva e paciente cada mensagem já pensada, elaborada, embalada e endereçada a mais um crânio recheado de vazio, completamente anestesiado, bem dizer, morto.

No fim de tudo, diagnosticou que seu grande mal era o sono, daqueles de derrubar as pálpebras tendo o mundo inteiro sobre elas. Era sono, era essa necessidade fisiológica mesmo. "É só o sono, não preguiça, ainda bem", pensou.

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