terça-feira, 5 de maio de 2015

Quando eu adoro quebrar minha cara.

Minha mãe assiste às novelas, a cada capítulo, prevendo e anunciando o que vai acontecer na cena. Na novela e na vida real eu tomei emprestada essa mania de premonição.

Semana passada, eu estava dirigindo quando vi um carro tomando a frente de outro. O carinha até sinalizou sua pretensão de mudança de faixa, mas foi de forma abusiva, meio que obrigando o outro a permitir.

O sinal ficou vermelho. O motorista à minha frente, o que foi obrigado a dar espaço, desceu do carro indo de encontro ao condutor "dono do pedaço". Com toda minha inclinação a premonições trágicas - o que é compreensível nas atuais condições do nosso país - aguardei uma cena de intolerância, beirando à violência física e/ou moral e/ou psicológica, se projetar logo mais diante de todos ali. Felizmente, não foi previsível como eu imaginava, minhas expectativas pessimistas não foram correspondidas.

O que se viu naquela manhã de semana embaraçada, preguiçosa e banhada de Sol esperançoso por dias melhores foi a cena real:

Dois amigos de longas datas (que não se viam há tempos, foi o que pareceu) aproveitando a espera imposta pelo sinal fechado - em plena rua de acesso a BR - para se darem abraços e batidinhas nos ombros do tipo "Pô, que bom reencontrar você!"

Adorei minha cara de adivinhadora barata sorrindo horrores. Espero quebrar esta minha cara mais vezes.

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