terça-feira, 9 de abril de 2013

Quem não tem colírio, usa óculos.

Semana passada, eu perdi um par de olhos com seu belo par de pernas que se encaixam direitinho nas minhas orelhas. Nem preciso dizer que eu fiquei louca, atônita, tonta, perdida no universo, deslocada, sem saber o que seria de mim, enfim, tudo de ruim da face da terra.

Depois de procurar em todos os possíveis cantos onde eles pudessem estar e não achá-los, me vi sendo um daqueles personagens de desenho animado, que continuam correndo mesmo sem ter mais chão e que no final se dão conta disso, quando já não tem mais jeito. Assim eu pude curtir meu inferno astral naquele dia. Era uma segunda-feira.

Depois de me desesperar, de sair perguntando pra todo mundo do trabalho a respeito do paradeiro dos meus famosos óculos de grau ( se duvidar, até o superintendente já estaria sabendo que eu tinha perdido meus óculos); depois de fazer aquela clássica reconstrução de caminhos, de, pelo o amor de, mandar minha memória reagir, vem o Eberson, sabe o Eberson? Já contei aqui sobre o Eberson, o homem que era invisível! (Se não leu, dá uma lidinha no post: " O Homem invisível") Foi ele que veio com meus óculos nas mãos. E eu lá, já tentando ser uma pessoa melhor, me conformando com a perda. Não teve jeito, abri o maior sorrisão. Agradeci, mas agradeci muito mesmo, e o Eberson só ria de mim. Intrigada, perguntei como ele achou. Disse que passou a vassoura debaixo do sofá e os óculos vieram junto.

Agora todo dia o Eberson "insulta" comigo, perguntando: "Cadê o óculos?" E todo dia eu me dou conta da ironia do destino que foi isso tudo: eu, que não enxergava o carinha da limpeza, perco os óculos e é ele quem os acha e me devolve. Talvez só pra garantir que eu nunca mais deixe de vê-lo ou de ver qualquer outra pessoa.




Um comentário:

Nat Magalhães disse...

absolutamente in-crí-vel! a sua leitura da história e do que o universo estava tentando te mostrar emocionam! abri um sorrisão ao final, quando li sua moral da história! um beijo, linda-fofa! :)