
É bom ter uma certa admiração pela melancolia. Ela consegue ser tão sedutora, tão fascinante para quem sente. Como se estivéssemos dentro de um filme, fazendo gênero drama. Somos a vítima, o centro de tudo.
E quando aquela tristinha vem, vem forte, avassaladora. Esse fardo se infiltra primeiramente por meio dos olhos. Deixa o olhar vazio, fixo em algo do mundo paralelo. A sensação é quase a ideia de uma alma inteira dentro de um corpo complexo se encaminhar para o pequeno espaço atrás do vidro da janela ocular.
Exatamente, é como se sua essência estivesse querendo escapar. A cada pulsação lenta por conta da bombinha de sangue debilitada, da aura melancólica, o forte impulso por um triz capaz de libertar sua alma de vez.
Parece ser algo fantástico. Por mais contraditório que seja, quem sente isso tudo está na verdade resgatando a vaidade de pensar em si mesmo, por uns instantes em relação ao universo.
É triste, mas faz bem.
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