domingo, 9 de novembro de 2008

Breve relato




Foi assim quando eu o conheci. Ônibus das 13H, saindo da Faculdade. Meu eterno parceiro da linha "Antônio Bezerra - Unifor"proporcionou- me, pela primeira vez, algo de bom, muito bom aliás.

Não lembro a data, só sei que resolvi fazer uma coisa diferente: passei logo pela catraca ( ainda não tinha uma visão estratégica- em ônibus lotado, melhor ir logo para as proximidades da dianteira, pois quem está por lá, já está na iminência de descer. Portanto, o assento é desocupado, ou quase sempre - uma vez tinha uma mulher imensa, cismou de fixar o traseiro na viagem cheia de saculeijos) .

Não tinha lotação, nenhuma preocupação, a não ser o normaço do sol. Sentei ao lado de alguém, nem o calor sabia quem. Foi então que a velha e aguda quintura da nossa Fortaleza do Ceará quase me afasta 'dele' ( você deve estar se perguntando: "quem será este?"). Pois bem, fugi o quanto antes daquela temperatura agonizante. Não fui muito longe, a ponto de ainda perceber olhos de algum "estranho" direcionados curiosamente para mim. Como toda mulher, que gosta de ter seu ego acariciado, me orgulhei. - Algum homem ainda olha pra mim. Até então, só havia percebido algum interesse do sexo oposto via msn, orkut... Estes meios de comunicação que estão na moda para causar discórdias na maioria da vezes.

Segui tranquila, sentadinha na extremidade. Ainda não tinha o hábito de ir do lado da janela. Incomodava- me a idéia de despertar alguém de um cochilo profundo no momento de puxar a 'cordinha'. Pois bem, até o momento, não sabíamos quem olhava atento aos meus movimentos. Até tentei advinhar quem, usando minha visão lateral através de meus óculos ( falecidos óculos - mutilei uma das pernas dele. Enfim, a rotatividade para solucionar meu astigmatismo é veloz).

Conto- lhe este detalhe dos óculos, porque ele explica a demora de meu admirador secreto se revelar. Ele me disse depois, que não me reconheceu logo, porque não tinha me visto de óculos nas fotos do álbum.

Estava no embalo do balanço da inércia, quando sinto um dedo tímido tocando o meu ombro. Eis que se apresenta o misterioso. Agora, intitulado "Ex- estranho". Sim, era ele mesmo. O rapaz do orkut! Seu primeiro scrap na minha página dizia : ^^ . Lembro de ter respondido: " ^^ " ?? . Foi então que seguiu-se uma sequência de digita - recebe - responde. Falamos até de currículo. Falei que o meu estava em construção. Ele respondeu: já fui pedreiro! Um 'fofo' mesmo, incrivelmente sensível* ( nem sempre este adjetivo atribuído ao sexo masculino significa que o carinha é gay).

Voltando, pois, ao momento 'encontro'. Cara a cara do anônimo conhecido virtual, lembro de ter demorado um pouco a processar a informação. Ele já estava acomodado na cadeira ao lado, quando resolvi me manifestar com um "É você, estranho!!" (altamente desconcertada). Trocamos algumas palavras das quais não me recordo agora. Só sei que tinha certeza que lhe apresentava minhas maças rosadas. As dele também eram , são, bem avantajadas. Como de costume, economizei palavras. Preciso me familiarizar com alguém para me sentir a vontade.

Voltando ao impasse, logo saciarei sua curiosidade. O tal "ex- estranho" é Leandro. Meu par. Ele se despediu de mim e foi- se. Puxou a cordinha e foi- se. Não para muito longe, pois logo tratamos do reencontro num evento promovido por uma colega em comum. Coincidências, não?!.

Ainda não foi neste evento ( São João) o esperado encontro de lábios. Ainda ocorreu outro evento ( Festa do Jornal O Povo, onde ele trabalhava na época), mas neste, nos atemos a só dançarmos uma dança meio esquisita e reprimida. Foi então, no inesperado convite "vamos ao cinema?"( inesperado mesmo. Era na semana. Elaine online no msn, aceita convite na flor dos nervos. )

Agora, imaginem o nome do filme..."NÃO POR ACASO". Exatamente, 'não por acaso' acontece o mesmo que houve no primeiro encontro. Só que agora, é ele que sobe no ônibus. Parecia até perseguição. Coisa de filme - comédia romântica adoçando tardes vazias.

É...alguma coisa tinha que acontecer desta vez. Levada pelo pensamento : "Não posso ir embora sem provar do beijo". Estranhando minha atitude, encostei minha boca na dele. Em meio à multidão do shopping mais calorento da cidade( North Shopping). Ê! Mulheres de atitude! No meu caso, acho que foi mais vontade de provar o gosto de amar de verdade.

Encerro, aqui, meu breve relato.

Ainda terei muitas histórias regadas a vinho pra contar. Pode deixar.

2 comentários:

geer disse...

tão lindo relato ;)
eu ainda vou relatar meu subto encontro com meu par.é mais estranho de que se pensa ¬¬'

bjs ao casal

Elaine Pacheco disse...

=D Vou querer ler hein!!