Eu tinha, ainda tenho, esquecida dentro de algum compartimento do guarda-roupa imenso, uma colcha de cama do Michey fazendo seu espetáculo em completo breu, a não ser pela luz focada no seu palco de algodão. Uma luz bem amarela, tendo ao seu redor uma tinta especial que brilha na escuridão do quarto.
Eu lembro como se fosse hoje, do menininho bochechudo, meu amiguinho bem mais pequenininho do que eu, sair correndo na iminência do choro, - depois de eu desligar a luz e fechar a porta do meu quarto pra mostrar o Mickey muito exibido, cantando sobre o palco "montado" na minha cama.
Lembro que saí perplexa atrás dele, perguntando:
- Você tem medo de escuro? Mas é o Mi-ckey!!!
Pensando melhor, hoje, acho que o pavor dele pela minha colcha "espetacular" era por achar que o Bicho Papão podia se disfarçar de Mickey.
Eu não tinha medo de Bicho Papão. Eu não tenho medo de Bicho Papão até hoje. Tenho medo de coisa pior, de coisa real.
2 comentários:
eu concordo com você. tenho mais medo do que é real do quê daquelas coisas platônicas, distantes, inatingíveis. o real traz à tona essa incapacidade que a gente tem de tomar decisões. se for ruim, a gente tem que fazer alguma coisa. se for bom, tem que fingir que não é com você, pq nunca acontece nada de bom com a gente, né? tipassim, indignas! ahahahaha adoro você e suas palavras simples e divertidas! =)
As coisas reais a gente não consegue acordar e perceber que era só um pesadelo. Então, a gente tem que tomar decisões reais também pra sair dos maus bocados. Agora,podemos até achar que não acontece nada de bom, mas se a gente parar bem pra pensar, coisas simples podem ser algo de super bom e nem notamos. Como, por exemplo, teu comentário aqui foi super algo de bom pra mim e pro blog! Também te adoro, Nat! Tu é sempre bem-vinda aqui, uma das visitantes mais queridas =D
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