quarta-feira, 19 de junho de 2013

Nós, mulheres, somos horríveis. Vocês, homens, também.

    Nós, mulheres, somos uma coisa horrorosa. E não há velha desculpa de t.p.m que nos livre dessa terrível constatação. Um horror não termos o controle de nossa própria língua. Mas, cá pra nós, tem homem que quase se iguala, nos supera, até.

   Longe de mim promover uma guerra entre os sexos. Na verdade, todos nós, mulheres, mulherzinhas, homens, homenzinhos, que seja, nós, pessoas, reparamos em tudo; dos outros. Estamos de olho no outro. Se este vai bem a gente repara. Se aquele outro vai mal reparamos ainda mais. No entanto, pouco reparamos em nós mesmos. Logo, pouco sabemos de nós mesmos. Pouco sabemos do que realmente nos deixa satisfeitos. Desculpa, leitor, incluir você nesse caso usando o "nós", o "nos", mas é que a esmagadora maioria de nós é assim. É ou não é? Vamos ser francos.

  Tem dias que não temos tempo de sentir nosso coração batendo nem o sangue circulando. Passamos rápido na frente do espelho e fingimos que não nos esquecemos, quando, no fundo, a gente está ali pensando em outra coisa; e não em consertar o cabelo assanhado, e não em retocar o batom, e não em garantir a saúde bucal e não em qualquer coisa.

 Mas, voltando aqui, nós temos essa mania feia de reparar. Como se não bastasse reparar, encaramos a vítima da vez e cochichamos a respeito com a discrição mais esdrúxula que temos em nosso repertório.

  Outro dia, vi uma mulher no ônibus virar pra amiga e questioná-la, como quem protesta sem causa aparente:

   - Por que esse óculos, gente?! Por que ela tá usando? (risada sarcástica)

    Adivinha de quem ela estava falando. De outra mulher? Não! Pasme, de uma criança. Uma menina, ali nos seus 7 aninhos, de mãos dadas com a mãe. Estava toda faceira de óculos escuros com armação rosa pink. Certo. Até aí, nada de mais pra mulher ter falado com tanta indignação. Mas era noite. A mulher espantou-se ao notar que a menina estava usando óculos escuros à noite. "Mas que coisa de gente sem noção usar óculos de sol à noite!", pode ter pensado a passageira faladeira. Mal sabe ela que moda de criança é ser espontânea, feliz. Pouco importa se aquilo é inadequado, se foge dos padrões impostos.

5 comentários:

Margareth (Margô) disse...

Oi Elaine,

É... Acontece.rss

Olha acho que nessa questão de reparar no outro, estão igualados homens e mulheres, viu?

Sei também que tem homem, que quando resolve falar, seu veneno é 10x mais potente.

Mas acredito que esse mal tem cura. É só a pessoa se conscientizar do quanto é "linguaruda" e se precaver.





Randerson Figueiredo disse...

Olá Elaine, tudo bem? Sou Randerson Figueiredo e escrevo para parabenizá-la pelo blog que é uma maravilha. Você escreve de forma sutil, muito delicada de se ler, e isso é ótimo. Seu blog foi indicado por um grande amigo. E quanto aos questionamento da postagem, sim, nós homens somos muito piores do que vocês quando o assunto é criticar/fofocar. Só que fazemos isso mais reservadamente, entre nós, vocês fazem de forma mais acintosa, abertamente. Mais uma vez parabéns pelo dom que você tem e se possível gostaria que acessasse o meu site de história, o Pistas da História e deixasse sua opinião. Fraterno abraço.(http://www.pistasdahistoria.com)

Elaine Pacheco disse...

Oi, Randerson! Bem vindo!
Que bom que você gostou do Três Paredes! Pois é, Randerson, acho que a diferença entre homens e mulheres nesse assunto é esta mesmo que você comentou. Caso sério, hein!
Quanto ao "Pistas da História", já estou super curiosa aqui. Vou visitar sim! (:

Abraço! E volte sempre. =D

Elaine Pacheco disse...

Margô,
será mesmo que tem cura pra isso? kkkkkk

Abraço!

nofundodagaveta disse...

E do jeito que a mulher reparava na menininha, você reparava nela (mulher).
E agora estamos todos nós reparando em você, no seu modo de escrever. É, ninguém está isento. Eu acho que o que diferencia é a quantidade de azedume ou doçura neste olhar.
Fiquemos com as doçuras! (: