sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Se sorrir pra mim,.

Na Bienal Internacional do Livro daqui, do Ceará, tinha um rapaz segurando uma plaquinha branca que "gritava" em letras pretas garrafais, mais ou menos assim:

SE SORRIR PRA MIM AGORA, GANHA UM POEMA.

Que pressão! Não ganhei poema; não queria mesmo! Mas não me entenda mal, acho lindo poema. Apenas achei a condicional desafiante demais "pro meu gosto", como diz minha mãe. Não consegui sorrir pra ele, assim como não consigo sorrir para tantas coisas desse mundo.

Já perdi as contas de quantas vezes observei situações nada risonhas da cidade, e, que tola, sequei a lágrima contida que escapuliu, passando rapidamente as costas da mão nas maças do rosto. Ah, a timidez que dá essa emoção escancarada de uma provável manteiga (melhor margarina) derretida. A mão nervosa, "limpando" a cara, parece ordenar: "Engole o choro, menina!" Que loucura é essa de supor que a compaixão é vergonhosa?

"Que mundo feio!". Eu me envergonho mesmo é de me expressar desse jeito ao final de um papo sério. Pobre mundo, incriminado injustamente. Pobre a gente, que tira a beleza dele.

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