Não é lorota nem invencionice nem viagem na maionese o que dizem os textos pendurados nas tais das três paredes deste blog. Não sei se por falta de imaginação, mas até o momento está fora da minha realidade contar histórias que nunca ocorreram de fato. É, meu amigo, está provada, ao menos para mim, a minha predisposição a transformar pequenos fatos reais em histórias, sejam essas divertidas ou tristes, esquisitas ou normais, frias ou sentimentais até demais.
Para mim, contar histórias por meio de palavras não ditas, escritas, é quase uma terapia, meu pão, meu ioga de cada dia. Quando não tenho sequer uma história em processo de formulação, se movendo da minha cabeça ao coração, fico tão solitária quanto um livro nunca lido esquecido na estante. Beiro à loucura de achar que a história vai bater na minha porta fardada de Correios. É claro que ela não virá assim, eu que devo ir até ela, procurando-a ou encontrando-a ao acaso. E essas histórias, prestes a serem relatadas com pitadas de impressões que deixam em mim, são povoadas de personagens que representam seus próprios papéis rabiscados pela realidade. Afinal, quem sou eu para criar uma pessoa-personagem com claras definições de personalidade e tantas outras complexidades?
Então, por enquanto, eu só consigo descrever situações que aconteceram mesmo, e que sobre as quais, por sorte, minha deficiência de memória ainda não conseguiu prevalecer. Acho que pouco antes da falta de memória vir, desnorteadora como só ela é, eu já tenho anotado aqui as ações, sensações e reações de fatos que realmente importam. Importantes a ponto de não serem tão facilmente descartados pela memória seletiva.
Essa vontade de estar sempre contando alguma história é tão inesgotável, que hoje não é a primeira nem a última noite durante a qual me pergunto sobre a próxima postagem, o próximo texto daqui. Que história vale a pena compartilhar; se vai acrescentar algo duradouro e valioso dentro de alguém que se dispor a ler.
Estava me sentindo vazia agora a pouco, e ainda estou, mas acho que esse desabafo quebrou o galho, - um pouco -. Que mania de inquietude, meu Deus! Seria desespero demais implorar:" Por favor, alguma cena bonita ou feia da vida cotidiana, se revele agora ou não aconteça nunca mesmo!" ?
Nenhum comentário:
Postar um comentário