domingo, 4 de dezembro de 2011

Xih...faltou enfeite!


Entrou no quarto do irmão agarrada a um pinheiro de plástico raquítico, segurando-o com um bracinho de menina de 10 anos. Exibia a novidade com uma felicidade incontida. A mãe acabara de comprar o que seria dali a instantes uma mini-árvore de Natal como manda o figurino: enfeites, enfeites, enfeites e uma estrela brilhante na ponta. Quer dizer, não foi bem assim como manda o tal figurino natalino. Mas elas se esforçaram. Ouvi da sala as duas matutarem como se enfeitava uma árvore. " Ah, isso aqui é assim, aqui, filha!" Foi assim até que enfim:

" - Vai, Filha , mostra a ela a árvore coitadinha, quase sem enfeites. (risadas)"

- Cadê? Onde? Não tô vendo!(a mãe reagiu à minha pergunta com boas risadas) Eu indagava sem malícia, sem notar se poderia ofender a menina que sonhava com uma árvore de Natal na sala sempre bagunçada de sua casa. E lá estava o pinheirinho de plástico, tão minúsculo e escondido pelo braço do sofá.

Cheguei mais perto para averiguar se havia mesmo carência de decoração e, de fato, da metade pra cima haviam coisas fofas penduradas. Da metade pra baixo não havia nada, apenas as pontas dos braços do pinheirinho feito um pedinte na rua implorando por uma moedinha, neste caso, por um enfeitinho que lhe desse mais cor, mais vida, mais clima de Natal. Apesar disso, eu não desprezei o pinheirinho, pois havia, uma, uma não, "A Estrela" com grãos reluzentes no topo; meio torta, mas estava lá, é o que importa. Não conta a tal história que foi a estrela que guiou os Reis Magos? Então?! O pinheirinho de Natal me satisfez, mas não a menina exigente que olhava-o com a expressão de quem sente falta de alguma coisa muito importante.

Quando a mãe me confessou que há muito tempo ela pedia uma árvore de Natal, aí eu entendi que ela não estava sendo exigente não; apenas queria que tudo fosse fiel ao seu sonho de Natal.

E agora eu devo cumprir a promessa de levar mais enfeites para o pinheirinho de Natal da Larinha.

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