quarta-feira, 8 de abril de 2015

Atenção! Mulher no volante.


Hoje, na saída do estacionamento, onde eu ponho e tiro meu carro todo dia (vale frisar, todo dia), tinha um carro atrás do meu. 

"Tem um carro atrás do meu", avisei pro funcionário mais velho do estacionamento, e também o mais simpático. Perguntou qual era e foi atrás da chave, mas quem apareceu foi o próprio dono do veículo, um homem nos seus 50 anos, magro, alto, do cabelo branco.

Tirou o carro com uma rapidez sem precedentes, quando vi, ele já estava de pé, do meu lado esquerdo, falando alto o passo a passo pra eu sair da minha vaga. Pensei "Ele nem suspeita que faço isso todo dia sozinha, sem ajuda". Ele julgou que era minha primeira vez fazendo aquilo:

"Do jeito que você tá aí, você sai. Isso, reto!
 Quando chegar na coluna, já pode ir fazendo o giro, a direção vai depender do lado que você vai sair daqui...."

Achei aquela solidariedade desnecessária engraçada. Fiquei sem graça de ignorar a ajuda e meio que passei a fingir que precisava dela. Para ser mais convincente, tentei me colocar novamente na posição dos meus primeiros dias na direção ( desde outubro do ano passado).

Achei o gesto bonito, mas admito que a primeira coisa que refleti foi: "Eis aqui uma espécie de 'pré' conceito: mulher, cara de menina, volante,  mulher..." 

Se não foi isso que passou pela cabeça dele, o que mais o faria pensar que eu precisava de ajuda? Não me deu nem chance de mostrar meu potencial para a manobra de sair de ré da vaga sem ele dar pitaco (ô, dica!).


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