Eu nunca comentei aqui sobre isto que vou escrever agora, mas ainda tá valendo. Afinal, também nunca é tarde para externar sentimentos bonitos há muito tempo guardados a sete chaves dentro da gente.
Uma das coisas que me tornam um alguém satisfeito e feliz por estar neste mundo, nesta vida, é ver meus pais orgulhosos de mim. Se eles sentem orgulho de mim, eles estão felizes. Se eles estão felizes, eu estou feliz. Eu já sabia dessa lógica toda. Desse efeito dominó da felicidade. Mas eu não sabia tanto até semana passada.
Mas por que, afinal, eles sentem orgulho?
Só porque cheguei em casa com empolgação emanando de toda parte de mim. Contei que tinha criado uma "musiquinha" para incentivar a equipe Comercial do jornal onde trabalho. Disse pra eles "musiquinha", porque se eu falasse "jingle", não entenderiam de jeito nenhum meu linguajar publicitário.
Então eu falei que tinha criado letra e melodia, mas que tinha contado com a ajuda de mais cinco pessoas para concretizar a ideia e executá-la de forma divertida.
Contei com o senso de humor, aliás, super bom humor das minhas duas parceiras de trabalho de cada dia. Meio receosa, pensando se elas aprovariam ou não a compositora e cantora amadora que sou, cantarolei a cançãozinha simples. E elas foram logo tratando de deixar aquilo menos sério. Formaram juntas um coro de segunda voz, inverteram palavras, inventaram diálogos no fim.
E a gente ali, pegando só um tempinho, do tempo corrido que é, para fazer algo que não estava nem nunca esteve listado na pauta de afazeres da semana. Não era nosso dever sair inventando musiquinha para incentivar vendas, mas muitas vezes é preciso sair do comum. Surpreender quem está ao nosso redor é saudável para os dois lados. Quebra rotina. Estimula. Arranca risadas. Ouve "Parabéns". Colhe reconhecimento.
E foi assim, - contando com o empurrãozinho das parceiras de trabalho, do cara gente fina no estúdio da rádio, da colega que nos levou até ele, do jornalista que toca violão, da minha coragem de soltar a voz novamente -, que vimos várias pessoas sorrindo, olhando pra letra e cantando junto.
Relatei tudo isso pro meu pai. Contei também que o chefe foi até minha mesa só para dar os parabéns e dizer que se surpreendeu. Meu pai ouviu essa última parte lançando pra mim olhar de admiração, típico de pai coruja, e me elogiou antes mesmo de ouvir a tal musiquinha. Quando finalmente ouviu, opinou dizendo que ficou muito bom. E agora já me julga capaz de propor uma nova musiquinha para a "Casa Pio", pois diz que já não aguenta mais o "Pá-pé-Pio, Pá-pé-Pio, vamos pra Casa Pio, vamos pra Casa Pio".
Pai é bicho coruja mesmo.
Um comentário:
O sr. Pacheco com certeza tem mil motivos pra ter orgulho de ti. Eu tenho orgulho de ler esse texto e rever o filme que você teceu essa semana na minha cabeça, contando com tanta empolgação o nascimento desse filho inesperado. Que venham mais e mais surpresas dessa cabeça inquieta! =))
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