Depois de muito tempo sem nenhum arranhão em parte alguma do corpo, olha só, olha aqui meu cotovelo! Roxo com casquinha de ferida no meio seguindo em ziguezague. Parece cicatrizar a cada minuto. Parece até que logo, logo vai desaparecer da minha pele. Eu não quero que suma de repente. Eu quero mostrar meu arranhão como quem levanta um troféu pra todo mundo ver.
Não estou fazendo metáfora. Este não é um texto pra dizer que estou me curando de uma "dor de cotovelo". É apenas pra contar que voltei a ser menina; que voltei a não ter medo de cair, de me esborrachar no chão e levantar em seguida, chorando ou não. Parece até que estou naquela época em que eu calçava os patins pela primeira vez e saía me apoiando na mão do meu melhor amiguinho, até que eu pudesse seguir patinando sozinha, correndo riscos por conta própria.
O arranhão passou a fazer parte do meu cotovelo esquerdo depois de eu escalar uma garrafa de coca-cola gigante em uma ação promocional na praia. Foi até engraçada a cena: eu, que não consumo refrigerante há anos, por opção e por achar que não é nada legal pra saúde, agarrada a uma garrafa de Coca-Cola, fazendo força pra alcançar o topo, ou melhor, a tampa. Já sentindo arder o cotovelo, a aventura seguinte era descer na tirolesa; moleza, ao menos eu não tive que tirar forças de onde eu já não tinha.
E assim eu sigo nesses últimos meses, enfrentando medos bobos: indo duas vezes no Calafrio do Beach Park (Insana ainda não, tá?!), - sem fechar os olhos, sem gritar -; permitindo dois amigos me levantarem até o teto nos ensaios de coreografia, - sem o medo pintado no meu rosto-; escalando refrigerantes que eu não bebo, etc e etc.
Assim tem sido. E é assim que eu volto a escrever por aqui, sem medo de publicar textos bobinhos, sem medo de tentar tocar o coração de quem me ler.
Nenhum comentário:
Postar um comentário