sábado, 19 de novembro de 2011

Homem-menino passarinho


Essa bolinha de penas coloridas é o Tangará dançarino ou, cientificamente nomeado Chiroxiphia caudata. Os machos são azul-celeste com uma coroa vermelha na cabeça, enquanto as fêmeas são verde-escuras.

Se, assim como eu, você, leitor(a), tem admiração e inexplicável encanto por pássaros, você precisa ler e assistir à matéria do programa Globo Repórter, intitulada "Ornitólogo consegue identificar espécies de pássaros ouvindo o som." Convidaram um ornitólogo e olha só que linda história ele conta:

" - As memórias que eu tenho da minha infância, no sul de Minas Gerais, na casa dos meus avós, eu era sempre envolvido correndo atrás de pássaros. Eu caçava passarinho com estilingue e botava em gaiola. Quando eu tinha por volta de 13 anos, eu estava na sexta série e teve uma feira de profissões no meu colégio. Eu pensei: ‘Se é possível viver de ver passarinho, eu quero viver de ver passarinho’”, lembra Luciano. “Itatiaia foi onde eu comecei minha fissura, minha paixão pelas aves. No começo, eu levava meu irmão, com binóculo pendurado no pescoço, e saía procurando os passarinhos. Não demorou para que as pessoas começassem a me chamar de menino passarinho.”

E o homem-menino passarinho, enquanto dava entrevista e pesquisava, capturando as diversas espécies da Mata Atlântica por meio de uma rede, eu agonizava de inveja branca dele. A rede que ele usa não machuca os pássaros, pelo contrário, é para o bem deles. O pesquisador pega os bichinhos cantores, envolvendo-os nas mãos. Depois de anotar o peso e medidas, devolve-os para a natureza. Cheguei até mais perto da TV pra observar bem como ele fazia pra soltá-los. O ornitólogo deita o passarinho com papinho pra cima nas costas da mão e em seguida sopra. Tão rápidos os movimentos do bichinho penudo, que quando percebemos, já está voando longe.

Ah, meu Deus, como tenho vontade de formar uma grande concha com as minhas duas mãos pra envolver um pássaro lindo desses num abraço moderado, que não o machuque, e enchê-lo de beijinhos até o momento de libertá-lo.

Assim como o Menino Passarinho da matéria, ainda serei uma Menina Passarinha. Ô, se não!

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