sábado, 15 de outubro de 2011

Causa da morte: Gula

Qualquer dia desses, morro pela boca, certeza!

Eu sei que educado e chic é comer pouco. Mas, por que, se comer não é só uma necessidade, é entretenimento também?! Uma porção de restaurantes se concentram e ao mesmo tempo se espalham pela cidade. O vento se transforma numa mão flutuante, com um dedão indicador soprando e dizendo: "- Venha...Venha!"

Não sei o seu, mas o meu prato fica sempre vazio depois do almoço e do jantar. Minha mãe sempre diz: "- Se não como `comida de panela`, nem parece que comi." Eu herdei essa sensação dela. Não culpa dela, mas culpa minha esse inchaço permanente no estômago. Antigamente, a bolinha na barriga era passageira; surgia assim que eu devorava o prato. Hoje, não, o buchinho fica me lembrando que está ali 24 horas. Buchinho não, a verdade nua e crua é que aos 23 anos virei menina do buchão. E não são vermes. Cruzes! Tomara que não! Nem gravidez, Cruzes outra vez! Também não é chope, nem cerveja, nem líquido durante as refeições, nem refrigerantes - Coca, Kuat, Fanta, fiz questão de exterminá-los de vez dos meus hábitos alimentares. Tanto, que hoje tenho orgulho de sempre ter que repetir: "- Refrigerante? Só pra ele, não tomo refrigerantes!" E a pessoa diz: "- Que saudável você é! Me diz, há quanto tempo?" E respondo com satisfação: "- Há 2 anos!!"

Já cansei de buscar soluções para a minha protuberância no abdómen; uma pena eu não cansar de me divertir à noite. Meu lazer é assaltar a geladeira; é que preciso alegrar minha semana. Infelizmente, tenho que encarar o fato de que, quanto maior o cansaço, mais monstruoso é o meu apetite. Às vezes, tenho a impressão de que meu buchão vai explodir a qualquer momento. Felizmente, o máximo que acontece é sentir que estou forçando minhas vértebras.

A sorte é que não tenho coragem de viver uma cena clichê de filme de comédia romântica, em que a mocinha sofre uma desilusão amorosa e se agarra ao pote de sorvete de frente pra TV. Puxa, seria o fim pra mim. Fico imaginando o médico constatando: "- É, essa aqui morreu pela boca! Não de falar muito, mas de comer tanto".

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