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"Que tal uma Associação dos Roedores Anônimos de Unhas, na qual as pessoas fariam encontros semanais para dar força uma a outra e contar há quantos dias não mastigam as pontinhas de si mesmo?
Sábado passado, no almoço, eu tive a impressão de que esse tipo de encontro pode funcionar. Estavam ao meu lado, na ponta da mesa, duas mulheres que não conseguem deixar as próprias unhas em paz. Uma eu conheço bem, a outra conheci na hora. Foi bonito ver como as duas, que jamais haviam se visto, rapidamente passaram a trocar informações sobre o mau hábito comum: desde quando? Em que circunstâncias? Como você lida com isso? Eu fiquei ali olhando, escutando, pensando. Continuo sem entender por que as mulheres roem unhas, mas desde então fiquei com a sensação de que há nesse mistério certa beleza, equivalente, em outro plano, à beleza de longas unhas pintadas."
Por Ivan Martins, editor-executivo de Época.
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