Engraçado como um cadarço solto faz pessoas desconhecidas se preocuparem com você. Mas eu nunca caí! O cadarço parece querer me entreter. Vou andando, brincando com isso. O pé direito, depois o esquerdo desafiando derrubar o outro, mas sem ameaça alguma (juro pra você que eu realmente nunca tropecei). Novamente o pé direito, aí vem o esquerdo exibindo o branco sujo do cadarço pro outro. Esse outro mais correto e esteticamente mais agradável, além de não incomodar ninguém. Ele está ali, bonitinho, com aparência de laço, parecendo aqueles que cercam as embalagens de presentes.
"- Cuidado, moça!"
"- Ah, ok, obrigada!"
E não faço nada. Já tentei fazer o laço das outras vezes, só pra não ver a ruga de preocupação nos rostos desconhecidos. O que posso fazer se o laço quer sempre se desfazer? Deixo o cadarço fazer o que é de sua vontade. Deixo-o livre, buscando assim minha própria sensação de espontaneidade. O cadarço quer entrar em atrito com o asfalto ou com a areia; quer dançar com o vento.
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