também publicado em http://twentyweeks.com/
Você decide que quer muito uma coisa, porém tudo que te leva para realizar tal coisa começa a dar errado. Relaxa! Isso é apenas jogo duro que as coisas que mais queremos na vida fazem questão de fazer. Elas são assim mesmo, nos desafiam como quem chama para uma queda de braço. Aí, você se impõe falando com destreza: “Quero só ver quem é mais forte, oh tamanho Obstáculo!”.
Outro dia, inspirada pela história do Gênio Indomável, decidi investir no meu potencial para o canto. E olha que essa história da minha cantoria perdura desde o colegial, quando me comparavam com a Sandy da Sandy & Júnior, e até hoje (acho que isso não é ruim).
Voltando do trabalho em um dos dias que tentei me matricular, a escolinha já estava fechada. O diminutivo “escolinha” é por conta da simplicidade da escola e das pessoas que trabalham lá. - Ok, tranquilo! Fica pra outro dia, pensei. Só que foram surgindo outros compromissos e esse outro dia não chegava nunca. Até que coloquei na cabeça que iria tal dia - Desse dia não passa, eu disse pra mim, e não passou.
Fiz de tudo! Escapuli mais cedo de uma reunião que resolveu se estender, ignorei meu sono, liguei na véspera do dia agendado pra confirmar minha ida. Fiz de tudo mesmo, até paciência tive para o engarrafamento que peguei no início e no meio do caminho. Eis uma lentidão de trânsito como nunca tinha visto antes. Uma coisa de louco. “Parece uma coisa”, me pego falando alto.
Caminhei apressada até a escolinha e me deparo com o Fernando (o cara com quem combinei fazer minha matrícula) fechando a grade que protege a porta e uma singela vitrine musical. Segurei o gesto, dizendo que cheguei um tanto atrasada, mas que era sorte ainda encontrá-lo ali.
Sorte não, talvez um sinal de que eu tinha que mexer meus pauzinhos naquela hora para fazer aquilo acontecer. Eu disse que demorei, mas que estava ali. Ele riu, foi compreensivo e esperou minha reação depois de dizer:
- O computador demora horas pra dar sinal de vida, depois que desligo. E eu já desliguei.
- Sem problemas, eu disse. Espero o tempo que for, mas sairei daqui matriculada.
E saí, mas antes o Fernando ainda me veio com essa:
E saí, mas antes o Fernando ainda me veio com essa:
- É, o computador tá bem lento mesmo. Quando a dificuldade é grande, é porque é pra ser.
Eu o ouvi falando isso e, não sei se pelo costume do “não” mal encaixado no ditado, pensei ter escutado: “é porque NÃO é pra ser”. Não acreditei que ele estava me falando aquilo, perderia uma aluna com uma afirmação dessas? Me recusei a acreditar, rindo nervosa. “Como é? Não é pra ser?”
Para minha surpresa, ele defendeu sua ideia contrária à da maioria:
- Quanto mais dificuldades, mais porque é pra ser!
Engraçado. Parece mesmo que quanto mais queremos uma coisa, mais essa coisa se faz de difícil, e é difícil de fato. No entanto, o resultado a gente não perde por esperar (lutar). No fim da batalha é só emoção; se é que esse embate tem fim.
Se tá difícil pra você também, é porque é pra ser. Melhor: você vai fazer ser. E tome tento!
Glossário:
escapulir: sair sorrateiramente;
parece uma coisa: algo relacionado com o karma
e tome tento: prestar atenção;
Glossário:
escapulir: sair sorrateiramente;
parece uma coisa: algo relacionado com o karma
e tome tento: prestar atenção;
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