Sem o que fazer,
(que é o que se tem pra fazer num salão de beleza quando:
- você ignora a revista Caras ou outras do gênero;
- você está sem paciência pros draminhas de novela rolando na TV de volume alto;
- você resolve reativar a mente, enterrando o celular com internet - e todo o pacote que isso implica - sob os escombros que fazem volume em sua bolsa de mulher)
Sem o que fazer, desisti de fiscalizar o trabalho que estava sendo feito em minhas unhas e passei a observar uma mulher sentada de frente pra mim. Ao contrário de mim, ela estava com o iPhone em mãos. Nas mãos, na cabeça, no pensamento, enfim, muito atenta àquele universo paralelo.
Tão atenta, que nem notou que a manicure tentou dar um abraço nela e que esta entrou em outra sala dizendo aos quatro ventos:
"Sou doida por ela. Faço tudo por ela!"
Bem, o comentário não me pareceu falso, de 'puxa-saco' não.
Fiquei só analisando a moça intacta diante da tentativa do abraço e do anúncio de afeto que tinha acabado de receber.
Fiquei me perguntando o que havia de tão interessante na tela do iPhone da moça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário