Sim, essa mala toda aberta e desengonçada é minha!
O zíper quebrou e o perdi. Ignorei e continuei a usá-la. Agora, ela rasgou nas laterais e nem dá mais para colocar outro zíper. Mesmo assim, ainda carrego-a elegantemente suspensa em meu antebraço, como se nada tivesse acontecido. Simplesmente entendo e aceito a sua nova condição. Parece que ganhou um charme a mais. Parece aquelas raras pessoas que fazem questão de manter os fios brancos e as rugas no rosto.
Muitas vezes minha mala fica ali, pendendo mais para um lado só. E lá estou eu, no meio da rua, amparando-a para que não deixe escapar os itens avulsos ou, por incrível que pareça, os itens dentro de outras mini malas ( parece até que a mala maior deu cria).
Por vezes minha mala pode ser vista sobre o "tapete" carrancudo do transporte público, sinal de que também por vezes posso não suportar tanto peso. Peso demais chega a machucar, e só me dou conta ao perceber meu antebraço marcado por tons de vermelho. Aí então preciso de um pouco de descanso. Aproveito para dar um tempo pra minha mala.
Ela é maltrapilha e aberta no meio, mas é a minha querida mala, a que me acompanha nas mínimas às maiores aventuras do dia a dia.
E se você aí também se comover, como outras pessoas têm se manifestado pra dizer: "Vou te dar uma nova mala de presente!", vou responder: " - Obrigada, mas a minha mala maltrapilha é insubstituível."
Nenhum comentário:
Postar um comentário