Nem reparei no céu. O clarão veio primeiro, me espantou e logo me pus a fantasiar. Existirão mesmo alienígenas? Resolveram estacionar suas naves de vez aqui no mundo terreno? Nem notei que as nuvens estavam carregadas, na verdade não as observei por falta de tempo. Ando meio ocupada, preocupando-me com chateações terrenas, aquelas que quando a gente morre perdem sua total significância.
A maior parte do tempo perdemos a noção de tempo e esquecemos de pensar na gente. Será que lá fora está claro ou escuro? Vivemos assim, no meio termo.Por vezes, me pergunto, o que estou fazendo aqui mesmo? E daí vou buscar meus propósitos. Percebo que falta um suspense, uma emoção como dessas histórias fantásticas de cinema. Falta adrenalina. Aí, uma das saídas é fantasiar viajando pela trama fictícia que fala algo sobre como se viver melhor.
A madrugada de hoje até que teve alguma emoção! Mantive os olhos vidrados na janela. Parecia que lá fora ocorria um espetáculo a parte. Capricharam nos jogos de luzes. Chovia, vinha o relâmpago, chovia, vinha o trovão. Chovia, relâmpago, trovão, chovia...e assim foi até que deixou de ser novidade, perdendo assim o que tinha de irreal, ao menos a meu ver.